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Saúde

Como diferenciar sintomas da dengue e da covid-19

Especialistas e a Secretaria de Saúde explicam que é possível uma pessoa ter duas doenças ao mesmo tempo

Redação Jornal de Brasília

15/03/2024 15h14

Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde/Divulgação

Por Ayumi Watanabe e Lucas Maia
Agência de Notícias do Ceub/Jornal de Brasília

No Distrito Federal, uma conjuntura preocupante se desenha com o aumento simultâneo dos casos de covid-19 e dengue, duas doenças que, apesar de suas diferenças, apresentam sintomas semelhantes, tais como dores corporais, mal-estar, febre e dor de cabeça.

 Especialistas e a Secretaria de Saúde explicam que é possível uma pessoa ter duas doenças ao mesmo tempo. No entanto, ainda não possui esse cruzamento de dados. A pasta estuda uma maneira para fazer esse cruzamento e obter a informação.

Segundo o virologista Flávio da Fonseca, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há diferenças notáveis entre os sintomas da gripe, dengue e covid-19. Ele enfatizou que, apesar de algumas semelhanças, cada doença possui características distintas que podem auxiliar no tratamento adequado.

Segundo o especialista, tanto a gripe quanto a covid-19 são infecções respiratórias que afetam o trato respiratório superior e inferior, com possibilidade de comprometimento dos pulmões.

Essas doenças são consideradas mais graves do que um simples resfriado, manifestando-se com sintomas como tosse, espirro e, nos casos mais severos, falta de ar e fraqueza.

Sintomas específicos

A dengue se destaca por ser uma doença que infecta principalmente células do sistema imunológico, como monócitos e macrófagos. “Não é uma doença do trato respiratório”.

Os sintomas característicos da dengue não incluem tosse, espirro ou problemas respiratórios, mas sim febre, dor no corpo e, em casos graves, manifestações sistêmicas como dor abdominal, problemas hepáticos e hemorragias.

“Estamos vivendo um período de surto, talvez seja o maior período epidêmico da história porque o número de casos já relatados nos três primeiros meses do ano já é superior, ou pelo menos quase que tão grande quanto o número de casos no ano inteiro do ano passado, 2023 em relação a 2024”, ressalta o virologista. 

Sintomas e transmissão

Embora os sintomas da dengue e da covid-19 possam ser confundidos devido à sua semelhança, a doença que teve escala pandêmica é transmitida pelo ar, por meio de gotículas de secreções respiratórias de uma pessoa infectada.

O problema possibilita a transmissão direta de uma pessoa para outra, enquanto a dengue é transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, o qual, ao picar uma pessoa contaminada, adquire o vírus e pode transmiti-lo ao picar outra pessoa.

Em caso de presença de sintomas, a SES orienta que a pessoa deve se dirigir à unidade básica de saúde de sua referência para uma avaliação com profissional da saúde.

Prevenção 

O virologista reforça que tanto a covid quanto a dengue possuem vacinas disponíveis. Embora o SUS, por enquanto, vá aplicar a vacina para a dengue apenas na população de 11 a 14 anos, trata-se, no entender dele, uma estratégia adequada para reduzir a escala da doença.

“Sem dúvida, do ponto de vista de saúde pública, a vacina é a melhor estratégia de prevenção”.

Os pontos de vacinação estão disponíveis pelo SES, Secretaria de Saúde do DF https://www.saude.df.gov.br/locaisdevacinacao

Prevenção

As medidas preventivas para a dengue incluem a eliminação de criadouros do mosquito, como água parada em recipientes, o uso de repelentes e o uso de telas em portas e janelas.

Para a covid-19, as medidas preventivas incluem o distanciamento social, o uso de máscaras faciais, a higienização frequente das mãos e a ventilação adequada dos ambientes.

Já com relação à dengue, a pasta esclarece que mais de 70% dos focos estão nas casas das pessoas. É muito importante que o morador permita a entrada dos agentes de Vigilância Ambiental porque eles têm o olhar treinado, identificam os focos e fazem o tratamento que pode acabar com o mosquito.

Além disso, orientam os próprios moradores a vistoriarem a residência semanalmente a fim de não permitir que novos focos se criem.

Doenças simultâneas

Ele explica que há situações em que a pessoa contrai as duas doenças. São casos como o do universitário Tariq Alves, de 21 anos, que se infectou com covid-19 em uma viagem e, após se recuperar, uma semana depois, teve sintomas como dores atrás dos olhos, febre, calafrios e dores de cabeça.

Após dois dias de incômodo, decidiu ir ao hospital para ter o diagnóstico correto. Assim descobriu que havia contraído dengue. O estudante disse ter sentido alguns desses sintomas durante a covid-19 também, o que o dificultou a descobrir qual o verdadeiro diagnóstico.

Durante o período em que esteve infectado, Tariq relatou ter passado dificuldades em manter sua rotina em meio aos sintomas da doença, mas manteve os cuidados necessários e se hidratou de forma adequada. 

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