Com o intuito de orientar a população sobre a necessidade de se fazer o teste do pezinho, a 6ª edição da campanha Junho Lilás, foi iniciada no último dia 1º, e chama a atenção, especialmente, para o teste do pezinho ampliado. Pretende-se, com a campanha, expandir a todos os bebês brasileiros o acesso a esse tipo de teste para o diagnóstico precoce de dezenas de doenças graves e raras, que demandam intervenções clínicas, emergenciais e tratamentos específicos.
Segundo a Secretária de Saúde do Distrito Federal, há mais de dez anos, as crianças nascidas nos hospitais públicos do DF têm acesso ao teste ampliado capaz de diagnosticar patologias e assim evitar complicações, sequelas e até óbitos. Nesse período, foram feitos 526.481 testes. Atualmente, o exame ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) identifica 47 doenças e está em processo para que ainda neste ano sejam 53.
De acordo com o Dr. Henrique Gomes, médico pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do DF, trata-se de um um exame de triagem neonatal capaz de detectar algumas doenças graves de maneira precoce. Segundo o médico, as enfermidades identificadas no teste do pezinho básico são 6, enquanto no ampliado são 48 no ampliado. “Descobrindo de maneira precoce, é possível iniciar o tratamento adequado antes mesmo do aparecimento de doenças”, completou o especialista. Dentre os problemas que podem ser identificados a partir de sua realização estão o hipotireoidismo congênito (glândula tireóide do recém-nascido não é capaz de produzir quantidades adequadas de hormônios), a fenilcetonúria (doença do metabolismo) e as hemoglobinopatias (doenças que afetam o sangue – traço falcêmico e doença falciforme).
Ainda segundo o pediatra, tanto o teste básico quanto o ampliado devem ser feitos entre o terceiro e o sétimo dia de vida, “nunca antes de 48h, e evitar coleta após 30 dias de vida”, acrescentou. Na avaliação de Henrique, a campanha é importante ao passo que enfatiza a necessidade do diagnóstico precoce, visando minimizar danos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, sequelas, internações e mortes, proporcionando qualidade de vida à criança e à sua família.
Como é feito
O exame consiste na retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolor. Se, por algum motivo, o exame não puder ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida da criança, deve ser feito em até 30 dias após o nascimento, pois esta é a única maneira de descobrir doenças a tempo de tratá-las e impedir o aparecimento dessas complicações.