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Saúde

Calendário da terceira dose contra Covid fica em descompasso nos estados

Na prática, muitos estados passaram a oferecer o reforço semanas antes, mesmo que diversos governadores reclamem da falta de imunizantes

FolhaPress

15/09/2021 20h49

Em ação programada para incentivar vacinação, celebridades sumiram das redes sociais

Fernanda Canofre, João Pedro Pitombo e Katna Baran
PORTO ALEGRE, RS, SALVADOR, BA, E CURITIBA, PR

Nos planos do governo federal, a aplicação da terceira dose de vacina contra a Covid começou apenas nesta quarta-feira (15). Na prática, porém, muitos estados passaram a oferecer o reforço semanas antes, mesmo que diversos governadores reclamem da falta de imunizantes. Com isso, a movimentação em algumas capitais foi apenas normal. Em outras, como Porto Alegre, a ocasião foi mais marcante.

No posto de vacinação instalado no Shopping João Pessoa, na capital gaúcha, algumas pessoas se diziam ansiosas por terem se vacinado com a Coronavac no ciclo regular e recearem a perda de proteção com o imunizante. “É uma garantia de segurança quase absoluta”, disse Victor Hugo Cardoni, 79, logo após receber o reforço. “Sempre continuei com todos os cuidados recomendados pelas autoridades sanitárias, não dá para relaxar.”

A vacinação para pessoas a partir de 70 anos, que receberam a segunda dose até 11 de março, foi disponibilizada em 32 unidades da capital gaúcha durante o dia e quatro unidades à noite. Algumas pessoas, porém, saíram frustradas por ainda não se encaixarem nos critérios desta primeira fase.

Doris Meneghetti, 67, levou a mãe Alzia, 91, e não conseguiu garantir a vacina. Por questões de saúde, os médicos liberaram a vacinação dela com atraso, e a segunda dose acabou sendo aplicada apenas em junho. “Pessoas de 70 anos vão poder se vacinar e uma de 91 não pode”, diz a filha sobre a regra, lembrando que a mãe tem histórico de comorbidades.

“Ela só sai para ir a consultas médicas e para vir aqui, está desesperada para sair de casa”, diz. Francisco Espíndola, 75, também não conseguiu receber o reforço –a segunda dose dele foi aplicada no dia 14 de abril. “No posto de saúde onde fui fazer consulta, falaram que eu poderia, por ter 75”, conta. “Vou esperar um pouco, me resguardar, evitar aglomeração e depois eu venho.”

No fim de semana, Porto Alegre havia iniciado aplicação de doses de reforço para moradores de ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos). João Pessoa também abriu a aplicação da terceira dose nesta quarta (15), começando com pessoas com 90 anos ou mais que tenham tomado a segunda dose há pelo menos 180 dias.

Em Rio Branco, a aplicação da terceira dose para pessoas acima de 70, vacinadas há mais de seis meses desde a segunda dose, e para imunossuprimidas, vacinadas há mais de 28 dias, começou no fim da semana passada. O calendário desta quarta-feira segue neste público.

A procura, segundo a prefeitura da capital do Acre, está dentro do esperado nestes primeiros dias. O atraso está na primeira dose, que ainda tem idosos procurando só agora os postos de vacinação. Em Salvador, a dose de reforço começou a ser aplicada no dia 30 de agosto, começando pelos idosos acima de 80 anos e pelos imunossuprimidos.

Nesta semana, a terceira dose foi estendida para os idosos acima de 70 anos que tomaram a segunda dose até o dia 26 de março, seguindo a exigência de que a terceira dose seja dada pelo menos seis meses depois após a conclusão do ciclo de imunização regular.

Até esta quarta-feira (15), 14.700 pessoas haviam tomado a terceira dose de reforço na capital baiana. São Luís, capital do Maranhão, também antecipou a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19. As vacinas passaram a ser aplicadas no dia 26 de agosto, começando pelos idosos que vivem em abrigos.

Desde 10 de setembro, a dose de reforço foi liberada para idosos com 70 anos ou mais. Até o início da tarde desta quarta-feira, 4.100 pessoas tomaram a terceira dose na capital maranhense. Em Campo Grande, a dose de reforço vem sendo aplicada em idosos e imunossuprimidos desde o final de agosto. Atualmente, pessoas com 68 anos ou mais estão recebendo as doses.

Nesta quarta-feira (15), a prefeitura anunciou que diminuiu o intervalo entre a segunda e a terceira dose para idosos para quatro meses, seguindo resolução emitida pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Para imunossuprimidos, o espaço entre uma aplicação e outra foi mantido em 28 dias.

Mesmo com a indicação pelo Ministério da Saúde da data de 15 de setembro para aplicação de dose de reforço por todo o país, Curitiba só iniciou a campanha com idosos acamados ou que moram em instituições de longa permanência.

Segundo a prefeitura, a Secretaria de Saúde está se organizando para ampliar o atendimento enquanto aguarda nova remessa de doses para começar a aplicação. Adolescentes também ainda não começaram a ser vacinados na capital paranaense.

Em Florianópolis, a dose de reforço começa a ser aplicada nesta quinta-feira (16) em pessoas de 84 e mais que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses.

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