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Saúde

Após infecção, é preciso esperar 4 semanas para tomar vacina

Porém, de acordo com uma nota técnica do Ministério da Saúde, quem foi infectado pela Covid-19 deve adiar a vacinação

FolhaPress

07/01/2022 22h08

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Isabella Menon
São Paulo, SP

O Brasil enfrenta uma explosão de casos de Covid impulsionada pela variante ômicron. Em meio a esse cenário, a vacinação contra o vírus continua. Com mais de 67% da população brasileira vacinada com o esquema primário –doses ou dose única–, grande parte das pessoas se prepara para receber o reforço do imunizante, que deve ser aplicado quatro meses após a segunda dose.

Porém, de acordo com uma nota técnica do Ministério da Saúde, quem foi infectado pela Covid-19 deve adiar a vacinação por pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas –pessoas assintomáticas devem esperar quatro semanas a partir do primeiro exame de PCR positivo.

A nota destaca a necessidade de esperar a recuperação clínica para então tomar a dose adicional, caso a enfermidade dure mais tempo.

A orientação quanto ao intervalo de quatro semanas, na verdade, independe se o paciente for tomar a primeira, segunda ou terceira dose.

O médico Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), explica que, caso uma pessoa apresente sintomas de resfriado e a Covid-19 seja descartada, não há problema em receber o imunizante. O único ponto de atenção, nessa situação, é não ter tido febre nas últimas 48 horas.

Kfouri analisa que, provavelmente, muitas pessoas assintomáticas foram vacinadas e o que intervalo proposto não se trata de uma medida com evidência científica que demonstrou que a vacina faria mal ou teria necessariamente um desempenho diferente, mas, sim, de uma precaução.

“A recomendação é com base naquilo que se entende de outras doenças, na base de convalescença [termo que se refere ao período de recuperação que uma pessoa passa após uma doença].”

O médico André Ricardo Ribas Freitas, professor da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, explica que a orientação de adiar a vacinação após ser infectado pelo vírus tem relação com a produção de anticorpos. “Ao receber o antígeno, o corpo do paciente começa a produzir anticorpos para neutralizar o vírus e, ao produzir anticorpos, o corpo está aprendendo a se defender. Se o paciente já tem níveis de anticorpos suficientemente altos para neutralizar esse vírus, a vacina corre o risco de não fazer efeito”, explica Freitas.

As quatro semanas seriam o tempo necessário para a redução dos níveis de anticorpos. Assim, quando o paciente receber a injeção, seu sistema imunológico estará preparado para trabalhar com novos anticorpos.

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