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Saúde

53% dos brasilienses só procuram um oftalmologista quando sentem algum desconforto na visão

Arquivo Geral

05/02/2015 11h38

De acordo com a pesquisa “Saúde Ocular na 3ª Idade”, realizada pela Associação Retina Brasil em Brasília com apoio da Bayer, revela que 53% dos entrevistados só procuram um especialista quando possuem alguma queixa e 38% deles vão ao oftalmologista uma vez por ano. O estudo foi realizado com 700 pessoas na capital do país e, no total, cinco mil pessoas foram ouvidas entre Recife, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Fortaleza.

Dentre os entrevistados na cidade, 89% deles declararam nunca ter ouvido falar em Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). Além disso, 91% não sabe como o tratamento da doença é realizado, mas a mesma porcentagem de entrevistados acredita que a idade seja um fator que contribui para a degeneração da mácula.

O oftalmologista Dr. André Gomes, oftalmologista e presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, explicou em entrevista anterior que a doença impacta diretamente o dia-dia das pessoas impedindo-as de ler, escrever, reconhecer rostos, dirigir e, consequentemente, colabora com o aumento de quedas e de depressão. “A recomendação é que os indivíduos a partir dos 55 anos visitem o oftalmologista para fazer um checkup completo da visão. Quanto antes for realizado o diagnóstico, mais cedo se inicia o tratamento, possibilitando uma rotina sem contra tempos”, recomenda o especialista.

Ao comparar os dados gerais no Brasil com a pesquisa realizada em 2013, observa-se um aumento na negligência com a saúde ocular. Enquanto no ano passado, apenas 11% dos entrevistados procuravam um especialista apenas após sentir algum incômodo na visão, na pesquisa recente, esse número subiu para 53%.

A DMRI é uma doença degenerativa da área central da retina, conhecida como mácula, que acarreta em perda progressiva da visão central, que é aquela responsável pelo foco e nitidez de tudo o que se enxerga. A prevalência de cegueira é de 8,7% entre as pessoas acometidas pela doença, segundo a Associação Retina Brasil.

Quando se fala em saúde ocular na terceira idade, essa é a enfermidade mais comum e, apesar de ser responsável pela perda irreversível da visão, ainda é muito pouco conhecida. Boa parte dos brasilienses (96%) acredita que o principal motivo da doença esteja relacionado à idade. Porém, o tabagismo também é um fator de risco importante para o desenvolvimento do problema.

“Essa nova pesquisa traz dados bastante relevantes, pois ressalta o desconhecimento da população sobre essa doença que, com o aumento da longevidade, pode ter o número de casos triplicados até 2025. Além do envelhecimento da população, há outros fatores que devem ser levados em consideração, como pessoas de pele e olhos claros, tabagismo, alimentação rica em gordura e exposição solar em excesso”, alerta Maria Julia Araújo, presidente da Retina Brasil.

Uma das mais modernas formas de tratamento da DMRI é o uso dos antiangiogênicos, substâncias que bloqueiam a ligação da proteína VEGF (do inglês: Vascular Endothelial Growth Factor – Fator de Crescimento Vascular Endotelial), aumentada na DMRI, com seu receptor específico, impedindo assim o crescimento de novos vasos sanguíneos e diminuindo os sangramentos e o edema na retina. O medicamento é aplicado por meio de injeção intravítrea (dentro do olho) e deve ser utilizado uma vez por mês, durante um período inicial de três meses consecutivos. Depois, o tratamento deve ser mantido de forma contínua para garantir os melhores resultados visuais.

A Bayer lançou em 2013 o aflibercepte, chamado de Eylia®, que é um antiangiogênico capaz de bloquear diferentes tipos de VEGF, além do Fator de Crescimento Placentário, o PLGF. Além disto, suas aplicações, depois das três doses mensais iniciais, podem ser espaçadas para a cada dois meses, o que representa um ganho na qualidade de vida do paciente em relação a outros tratamentos, que dependem de exames e visitas de acompanhamento mais frequentes.

Brasília: 700 entrevistados   

·Na capital brasiliense, a maioria dos participantes tinha entre 40 e 50 anos;

· 53% afirmaram que vão ao oftalmologista somente quando possuem alguma queixa e 38% frequentam apenas uma vez ao ano;

·Do total, 54% procuram atendimento médico particular e 15% pelo SUS. Para ter uma consulta via SUS, 55% disseram que a espera chega a ser de 5 a 6 meses.

·Somente 23% dos entrevistados disseram ter algum problema ocular;

·66% não conhecem pessoas que tenham perdido a visão na terceira idade;

·Quanto ao conhecimento, 89% nunca ouviu falar em DMRI. 91% desconhecem os sintomas da degeneração mácula, mas 96% acreditam que a idade seja um fator que possa contribuir para a doença.

·96% também desconhecem como o tratamento da doença é realizado.

·Dos entrevistados que estão realizando algum tratamento oftalmológico, 52% apontaram a miopia como a causa.

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