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Política & Poder

Veja a cronologia da relação entre Lula e Trump

Relembre, abaixo, a cronologia da guerra tarifária entre Brasil e EUA e da relação entre Lula e Trump

Redação Jornal de Brasília

26/10/2025 10h28

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Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

JÚLIA MOURA
SÃO PAULOS, SP (FOLHAPRESS)

O aguardado encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump aconteceu neste domingo (26) em Kuala Lampur, na Malásia, após meses de negociações.

O Brasil visa ver retiradas as tarifas impostas pelos Estados Unidos, algo que segue em negociação.

Relembre, abaixo, a cronologia da guerra tarifária entre Brasil e EUA e da relação entre Lula e Trump:

10 de fevereiro de 2025 – aço e alumínio

Trump impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país

22 de fevereiro de 2025 – xerife do mundo

Lula critica Trump durante festa de aniversário do PT e diz que republicano não foi eleito para o ser o “xerife do mundo”, mas para governar os Estados Unidos.

11 de março de 2025 – cara feia

Lula afirmou que o Brasil deve ser respeitado em discussões internacionais e que não adianta o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gritar.

“Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo porque aprendi a respeitar e quero ser respeitado”, disse o presidente.

27 de março de 2025 – não dá para ficar quieto

Lula diz que iria recorrer à OMC (organização Mundial do Comércio) e, se necessário, sobretaxar produtos americanso em resposta à taxação do aço brasileiro em 25% pelos EUA.

“É colocar em prática a lei da reciprocidade. Não dá para a gente ficar quieto, achando que somente [eles] podem taxar”.

7 de julho de 2025 – coisa horrível x país soberano

Trump publicou mensagem nas redes sociais defendendo Jair Bolsonaro e acusando o Brasil de estae fazendo uma “coisa horrível” no tratamento do ex-presidente e pediu que o julgamento da trama golpista. fosse decidido pelos eleitores e não pela justiça brasileira.

“Eu tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, afirmou Trump em um post na Truth Social.

O presidente Lula reagiu. Em nota, afirmou não aceitar interferências nas políticas internas do Brasil. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano.”

9 de julho de 2025 – caça às bruxas

Trump publica uma carta endereçada à Lula em sua rede social na qual anuncia formalmente a tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA a partir de 1° de agosto, sob a alegação de que processos contra Bolsonaro seriam uma “caça às bruxas”.

O republicano também citou “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.

18 de julho de 2025 – chantagem inaceitável

Lula diz que as ameaças tarifárias de Trump são “chantagem inaceitável” e que o Brasil não aceitaria interferência.

30 de julho de 2025 – centenas de exceções

Trump assina decreto que implementou uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa para 50% –considerando os 10% anunciados em abril.

O decreto (leia a íntegra) tem uma lista com quase 700 exceções, que livram 43% do valor de itens brasileiros exportados para os Estados Unidos, segundo levantamento feito pela Folha. Ficaram isentos do tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil e suco de laranja.

Por outro lado, carnes, café e pescado não escaparam.

1º de agosto de 2025 – me liga

Trump diz que o presidente brasileiro Lula “pode me ligar a qualquer momento” para discutir tarifas e tensões bilaterais e que gosta do povo brasileiro, “mas as pessoas que estavam à frente do Brasil fizeram a coisa errada”.

14 de agosto de 2025 – ruim

Trump afirma que o Brasil é um parceiro comercial ruim, tem leis ruins e promove uma execução política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Brasil, no entanto, registra déficit na relação comercial com os EUA há 17 anos –ou seja, os americanos mais vendem que compram.

5 de setembro de 2025 – celulose

Em ordem executiva, Trump retira a tarifa de 10% sobre a celulose importada pelos Estados Unidos.

A decisão beneficia a indústria brasileira, que exportou 2,8 milhões de toneladas do produto para o país no ano passado. Isso representa cerca de 15% das vendas de celulose (de todos os tipos) para o exterior no mesmo período.

23 de setembro – química

Os tiveram um breve encontro após o brasileiro terminar seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas e antes de o americano subir à tribuna para fazer o seu. Os dois tiveram uma interação breve e amistosa, afirmaram integrantes da equipe do petista.

Em seu discurso na plenária, Trump afirmou que ele e Lula tiveram uma “excelente química” ao se encontrarem minutos antes.

24 de setembro de 2025 – simpático

Lula diz que Trump foi mal informado sobre Brasil, mas que a química entre eles foi uma surpresa boa
“Fiquei feliz ao ouvir dele que ‘pintou uma química’ entre nós. Eu, pessoalmente, acredito que 80% de uma boa relação é química e 20% é emoção. Por isso, considero essa sintonia muito importante, e torço para que essa relação dê certo”, disse Lula, que também chamou Trump de simpático.

6 de outubro de 2025 – call

Trump e Lula conversaram por cerca de 30 minutos por videoconferência, Participaram também os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento Industrial), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

O brasileiro pediu a retirada do tarifaço e das “medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras” –o republicano cassou vistos de auxiliares de Lula e autorizou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O americano descreveu a reunião como “muito boa” e disse que “nossos países vão se dar muito bem juntos!” e as equipes combinaram um encontro presencial.

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