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Política & Poder

Trabalhadores dos Correios entram em greve em 9 estados

Ao todo, 12 sindicatos iniciaram a paralisação na noite de terça, enquanto outros 24 permanecem em estado de greve

Redação Jornal de Brasília

17/12/2025 15h22

Foto: Agência Brasil

Foto: Agência Brasil

MATHEUS DOS SANTOS
FOLHAPRESS

Na última terça-feira (16), sindicatos de trabalhadores dos Correios aprovaram greve por tempo indeterminado em protesto contra medidas adotadas pela estatal e pela falta de um acordo coletivo e reajuste salarial para a categoria.

Ao todo, 12 sindicatos iniciaram a paralisação na noite de terça, enquanto outros 24 permanecem em estado de greve. A paralisação atinge estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Procurados, os Correios dizem que todas as agências continuam abertas e que a adesão à greve é parcial e localizada. “Para mitigar eventuais impactos operacionais, a empresa adotou medidas contingenciais que garantem a continuidade dos serviços essenciais à população.”

A estatal também afirma estar empenhada na construção de um consenso com as representações dos trabalhadores, sob a mediação do TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Segundo Emerson Marinho, secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), a greve é resultado da postura da administração da estatal, que, segundo ele, tem desconsiderado os trabalhadores na definição de medidas para enfrentar a crise da empresa.

“Esse movimento tem estressado os trabalhadores e, embora o indicativo da categoria fosse de paralisação no dia 23, algumas entidades optaram por iniciar a greve imediatamente para sinalizar ao governo o descontentamento”, afirma.

De acordo com Marinho, a Fentect e a Findect (Federação Interestadual dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) devem se reunir ainda hoje com representantes do governo. As negociações por um acordo coletivo, segundo ele, continuam entre as entidades e a direção da estatal.

Os sindicatos restantes continuam com indicativo de greve a partir do dia 23. Para Marinho, o anúncio da greve pelas federações depende das propostas que serão enviadas pela estatal.

A categoria pede renovação do acordo coletivo e reajuste salarial no próximo ano. Além disso, afirma que trabalhadores estão sem acordo coletivo desde 1º de agosto e defene que o governo federal faça um aporte emergencial aos Correios.

Em nota, o Sintect de São Paulo, que deflagrou greve na última terça-feira, afirma que a paralisação é uma resposta à falta de avanços nas negociações. “Diante das ameaças de retirada de direitos e da precarização das condições de trabalho, a categoria permanece unida e determinada a resistir”, diz a entidade.

Na última quinta-feira (11), os Correios acionaram o TST (Tribunal Superior do Trabalho) diante do impasse nas negociações salariais e de benefícios. Em meio a uma grave situação financeira, a empresa pediu a mediação da corte com o objetivo de flexibilizar cláusulas do acordo coletivo que garantem benefícios acima do mínimo previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Embora sejam empregados públicos, os funcionários dos Correios são regidos pela CLT, diferentemente dos servidores da administração direta, que seguem o regime estatutário.

O atual acordo coletivo prevê incentivos como gratificação maior nas férias e pagamento de hora extra tripla aos fins de semana e feriados. Parte dessas cláusulas foi incorporada recentemente, quando a empresa já enfrentava dificuldades financeiras.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a despesa com pessoal dos Correios deve alcançar R$ 15,1 bilhões neste ano e é apontada como um dos principais desafios do plano de reestruturação da estatal -a empresa busca fechar empréstimo para bancar o plano.

SINDICATOS EM GREVE

  • Sintect/MG
  • Sintcom/PR
  • Sintect/PB
  • Sintect/VP (São José dos Campos – SP)
  • Sintect/RS
  • Sintect/SC
  • Sintect/CE
  • Sintect/MT
  • Sintect-CAS (Campinas-SP)
  • Sintect/RJ
  • Sintect/SP
  • Sintect/Santos

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