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Política & Poder

Tebet defende cisão do ministério, e diz que os recursos são suficientes

Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, diz que não há discussão sobre a sucessão de Dino

Redação Jornal de Brasília

28/11/2023 23h02

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Brasília, 28 – Cotada para substituir o ministro Flávio Dino no comando do Ministério da Justiça, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), defendeu a divisão da pasta em duas. Uma para tratar dos assuntos de Justiça e outra de Segurança Pública. Como chefe do setor que lida com o orçamento do governo, ela diz que há recursos suficientes para bancar essa divisão. Tebet negou, no entanto, ter sido sondada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o posto.

Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, diz que não há discussão sobre a sucessão de Dino ou sobre o desmembramento da pasta. Segundo ele, decisões só serão tomadas na volta de Lula da viagem à Arábia Saudita, Dubai e Alemanha.

Padilha foi questionado sobre o assunto por jornalistas depois de evento da Frente Nacional de Prefeitos porque, durante a campanha eleitoral de 2022, Lula disse que criaria o Ministério da Segurança Pública. Teria sido Flávio Dino quem o convenceu a manter essa área sob a Justiça.

Titular

“Não vamos esquecer que o Ministério da Justiça ainda tem titular”, observou Tebet. “Neste momento não é hora de falar de ocupação de novos cargos, nem de nomeação, porque não há vacância do ministério. Não fui sondada, não fui convidada, estou no Ministério do Planejamento e Orçamento à convite do presidente Lula, como ele disse, da cota pessoal dele”, afirmou, após participar do seminário Orçamento por Desempenho 2.0, da Secretaria de Orçamento Federal (SOF).

Quando foi candidata à Presidência da República, no ano passado, Tebet defendeu a divisão do ministério. Segundo ela, essa concentração é complexa, porque a Segurança Pública tem um mundo de problemas a serem resolvidos. “Eu defendi a divisão enquanto candidata e continuo defendendo agora. É uma questão de coerência”, disse.

Tebet afirmou que a decisão por um desmembramento é ato personalíssimo de Lula, que, com a equipe, tem de tomar uma decisão política. “A divisão cabe no orçamento, porque o de 2023 foi aprovado sem a criação de cinco ministérios. Eu não vou contrariar o que sempre pensei.” A ministra ainda elogiou a atuação de Dino no comando da pasta. “Tínhamos e temos o ministro Flávio Dino, que tinha capacidade de aglutinar e colocar as pessoas certas nos lugares certos, mas é um desafio hercúleo”, afirmou, acrescentando que considera saudável o debate sobre essa divisão.

‘Xadrez’

Questionada sobre se aceitaria o convite para assumir a Justiça, Tebet disse que “ninguém antecipa decisão” e destacou os projetos que acompanha no Congresso e que compõem a agenda econômica do governo, que terão três semanas decisivas e muito desafiadoras.

A ministra reforçou ainda que a decisão é de Lula. “O presidente da República é quem tem que analisar, dentro desse tabuleiro de xadrez chamado política, quais são as melhores peças a serem movidas. Eu estou muito tranquila de dizer que o presidente Lula tomará a decisão mais acertada para o Ministério da Justiça, que é um ministério extremamente relevante e um ministério que precisa ter alguém da estreita confiança do presidente da República”, disse.

Candidatos

A pasta de Dino é cobiçada pelo PT. Entre os favoritos do partido para a vaga que será aberta com a possível saída do ministro está o atual chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias – nome que uma ala do partido já defendia para ministro do STF.

Também é mencionado o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, formado por advogados críticos à condução da Operação Lava Jato.

O nome do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski também é lembrado. O preferido de Dino para assumir o comando da pasta é Ricardo Capelli, que foi seu principal auxiliar no Ministério da Justiça.

Estadão Conteúdo

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