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Política & Poder

Tarcísio de Freitas inicia primeira transição do governo de São Paulo em 28 anos

Ao contrário do que ocorre na esfera federal, São Paulo não tem uma lei que rege a transição entre governos

Redação Jornal de Brasília

17/11/2022 17h06

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inicia nesta quinta-feira,17, a primeira transição de governo no Estado de São Paulo após 28 anos. O PSDB deixa o comando do Executivo estadual e passa o bastão para outra legenda escolhida nas urnas após sucessivos titulares tucanos, em série inaugurada por Mário Covas em 1998.

A primeira reunião formal ocorre na tarde de hoje com a participação do governador Rodrigo Garcia (PSDB), do coordenador de transição, Guilherme Afif Domingos (PSD), e do atual secretário de Governo, Marcos Penido, indicado por Garcia para conduzir o processo. O encontro acontece quase três semanas após a eleição no Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio esteve em férias nos Estados Unidos e ainda passou por Brasília antes de iniciar a transição em São Paulo.

Ao Estadão/Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Afif confirmou que a reunião definirá tarefas e estruturas de trabalho, além do local indicado para sediar a equipe de transição. Já Rodrigo Garcia deve fazer um balanço de governo e apresentar o status das políticas e orçamento das secretarias de governo.

Ao contrário do que ocorre na esfera federal, São Paulo não tem uma lei que rege a transição entre governos. Há apenas um decreto que faculta ao eleito manifestar interesse na composição de uma equipe.

Isso faz com que seja incerto o número de pessoas que de fato devem compor o processo de transição no Estado. Há a expectativa, porém, que alguns quadros cotados para cargos em secretarias acompanhem as discussões.

Tarcísio já indicou nomes que estarão no governo, como Guilherme Afif, o médico Eleuses Paiva, Rafael Benini, que atuou na Agência de Transporte do Estado de São Paulo, e a engenheira Priscilla Perdicaris.

Pressão

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro chega às negociações sob pressão pelo loteamento de cargos estratégicos tanto por parte dos partidos que compuseram sua coligação quanto pelo interesse do bolsonarismo de “migrar” parar o comando paulista.

Parlamentares do PL discutem nomes que poderiam compor o novo governo, entre eles, o da deputada federal Rosana do Valle. Também citado por deputados do partido de Bolsonaro e eleito pela sigla, o ex-ministro Ricardo Salles disse não ter interesse em secretarias em São Paulo.

O comando da Secretaria de Segurança Pública também segue indefinido. O deputado Capitão Derrite (PL), que esteve próximo a Tarcísio ao longo da campanha, é um dos cotados ao cargo, mas o nome ainda sofre resistências. Pessoas próximas à transição afirmam que os postos não estão definidos e que Tarcísio vai manter o perfil técnico do secretariado, como prometeu antes de eleito.

Esta é a primeira reunião oficial de Tarcísio com representantes do atual governo. O PSDB almeja manter algumas posições na máquina pública. O governador eleito já disse que não quer seguir com os atuais secretários tucanos na chefia de algumas pastas, mas admitiu a possibilidade de quadros técnicos permanecerem em setores do segundo e terceiro escalão da administração pública.

Pauta

Como mostrou o Estadão, temas que povoaram a campanha eleitoral paulista, as câmeras nas fardas dos policiais e a privatização da Sabesp não devem ser apresentados por Tarcísio de Freitas durante a transição. A justificativa é que o futuro governador deseja avaliar os assuntos com especialistas antes de tomar uma decisão sobre o que fazer.

Outras pautas, como o possível aumento do salário do governador discutido na Assembleia Legislativa de São Paulo, porém, devem ser discutidas de imediato.

‘Estadão Conteúdo’

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