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Política & Poder

Tarcísio cita estreita relação com governo Lula e fala em carinho por Bolsonaro

Os dois adversários políticos anunciaram, lado a lado, uma parceria para viabilizar a construção do túnel entre Santos e Guarujá

Redação Jornal de Brasília

07/02/2024 7h13

Foto: Ricardo Stuckert / PR

MICHELE OLIVEIRA
MILÃO, (FOLHAPRESS)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se mostrou surpreso nesta terça (6) com a repercussão sobre a relação institucional que vem estabelecendo com o presidente Lula (PT).

Na semana passada, os dois adversários políticos anunciaram, lado a lado, uma parceria para viabilizar a construção do túnel entre Santos e Guarujá, no litoral paulista.

“Não deveria [virar notícia], porque é uma coisa que não tem nada de mais. Estamos muito focados nos projetos para São Paulo, e obviamente existe a necessidade de a gente ter uma relação republicana, em função de uma série de atuações conjuntas que os governos têm que ter”, disse à Folha em Milão, onde participou de reuniões com possíveis investidores em projetos de infraestrutura.

“O túnel Santos-Guarujá é um projeto que o Governo de São Paulo não faz sozinho, nem o governo federal sozinho. Se não tiver essa colaboração, quem vai perder é o cidadão, que tem que ser o destinatário final da política pública”, afirmou.

Com o acordo, os governos paulista e federal vão dividir uma conta de ao menos R$ 5 bilhões para a construção do túnel, com metade do valor para cada parte. Ainda restará uma parte do custo total da obra, que deve ser desembolsada pela empresa que vencer a licitação.

O túnel faz parte do cardápio de 20 projetos que estão sendo apresentados a empresas europeias dentro do programa de parcerias do governo paulista. A estimativa é realizar 44 leilões até 2026 e atrair mais de R$ 220 bilhões em investimentos. Além de Milão, Tarcísio e sua equipe tiveram encontros em Madri e ficam três dias em Paris, até sexta-feira (9).

Além da obra, o governador citou a importância da afinidade com o governo Lula em temas como SUS, habitação, segurança e o combate à dengue.

“Vamos trabalhar em estreita colaboração nos temas importantes. E não é nada diferente do que disse que ia fazer lá atrás. Sempre que fui perguntado sobre como seria a relação com o governo de oposição, eu disse que a relação seria republicana –e está sendo.”

Sobre possíveis repercussões negativas da relação com o presidente Lula entre os seus apoiadores e os do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse não estar preocupado. “Acho que todo mundo entende o papel do governador de São Paulo, pensando o melhor para o estado. A gente não ganha nada em ter uma relação belicosa com o governo federal. Queremos ter uma relação harmônica”, disse.

Tarcísio mostrou apreço por sua relação com o ex-presidente, de quem foi ministro da Infraestrutura (2019-2022). No fim de semana, Bolsonaro se referiu a ele como um “irmão”. Para o governador, o sentimento é recíproco.

“Tenho um carinho muito grande pelo Bolsonaro. Foi um cara que me estendeu a mão e me abriu uma grande oportunidade. Se eu estou em São Paulo, é por causa dele. Tenho uma excelente relação, é um grande amigo e vai continuar sendo sempre.”

Questionado sobre a investigação da “Abin paralela” e do suposto envolvimento da família Bolsonaro, Tarcísio disse não conhecer os detalhes da investigação, mas que, no papel de um ministro que foi “muito próximo” do ex-presidente, nunca soube de nada.

“Ele nunca comentou nada, nunca vi uma movimentação, uma informação que ele tivesse que viesse de uma… Nunca vi esse interesse por parte dele. É um negócio que me causa certa estranheza.”

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