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Política & Poder

Sudeste não entende que carro-pipa é sobrevivência para o Nordeste, diz Marília

A deputada federal Marília Arraes foi anunciada como integrante da equipe de Desenvolvimento Regional do governo de transição

FolhaPress

23/11/2022 12h27

Foto: Câmara dos Deputados

SÃO PAULO, SP

A deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE) foi anunciada como integrante da equipe de Desenvolvimento Regional do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao UOL News, a parlamentar, que perdeu a disputa do governo de Pernambuco para Raquel Lyra (PSDB), criticou o retrocesso vivido pelo Nordeste nos últimos anos.

Reportagem do colunista do UOL Carlos Madeiro mostra que, após a eleição, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou verba e água potável de 1,6 milhão de pessoas que vivem no Nordeste. Para Marília, esse é apenas mais um exemplo do descaso político de Brasília com a região. “Desde o governo de Michel Temer temos visto o corte de verbas e isso tem um impacto impressionante no Nordeste”, disse. “Quando a gente fala em 1 milhão de cisternas, muita gente do Sul e Sudeste não entende, mas é uma questão de sobrevivência para o povo nordestino ter carro-pipa.”

A política acrescentou que o uso de caminhões-tanque é uma medida paliativa para ajudar no acesso à água na região, mas são necessários projetos de longo prazo, como a transposição do Rio São Francisco, para resolver o problema de vez.

“A diminuição da desigualdade regional não tem sido prioridade no país há alguns anos e esse é um grande desafio do presidente Lula no próximo governo”, disse Marília. “Vivemos todos esses séculos nos abastecendo das migalhas que caíam da mesa do Sul e Sudeste. Durante os governos Lula e Dilma, vimos essa lógica se inverter”, afirmou.

Questionada sobre os “afagos” do presidente Bolsonaro aos nordestinos durante a campanha eleitoral, Marília afirmou que a população sempre reconheceu em Lula um político que ajudou no desenvolvimento da região.

“Bolsonaro fez afagos ao Nordeste, mas afago não adianta para quem tem sede, para quem voltou a ter fome. O povo nordestino sabe muito bem a realidade que vive e o quanto mudou depois que o governo Bolsonaro começou”, disse a política.

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