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Política & Poder

Sobre desaparecimento de indigenista, chefe da Funai diz que não permitiria missão sem apoio

Segundo o presidente da Funai, Bruno teria se licenciado do cargo para resolver problemas particulares

FolhaPress

07/06/2022 21h59

Foto: Mário Vilela / Funai /Divulgação

O presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marcelo Xavier, afirmou que “jamais” seria permitido uma missão sem o devido apoio. A declaração foi dada nesta terça (7), à revista Veja. O indigenista e servidor licenciado da Funai, Bruno Araújo Pereira, e o jornalista britânico Dom Phillips estão desaparecidos desde a manhã de domingo (5) no Vale do Javari (AM), na Amazônia.

Segundo o presidente da Funai, Bruno teria se licenciado do cargo para resolver problemas particulares.

“Jamais permitiríamos uma missão oficial sem o devido respaldo e apoio técnico. Ainda mais uma área próxima da fronteira com o Peru, considerada de alto risco pela ação do narcotráfico. Não sabíamos o que ele [Bruno] estava fazendo ali, mesmo assim deslocamos nossas equipes para auxiliar nas buscas.”

Xavier também esclareceu que todas as missões realizadas pela Funai contam com ações preventivas para minimizar os riscos decorrentes delas.

ORGANIZAÇÃO APONTA ERROS NA BUSCA

De acordo com Eliésio Marubo, procurador da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), organização que primeiro avisou sobre os desaparecimentos, a Marinha brasileira enviou equipamentos “inadequados” para auxiliar nas buscas do jornalista e do indigenista. A afirmação ocorreu em entrevista à GloboNews também nesta terça-feira.

“O pessoal da Marinha chegou a Atalaia do Norte, mas, parece que não trouxeram os equipamentos adequados para adentrar esses lugares estreitos. Falaram que estão tentando trazer motos aquáticas para acessar”, relatou o procurador.

Marubo contou que a União começou as buscas diretamente no domingo – iniciando as procuras junto à Polícia Federal na segunda (6). Ainda assim, no entanto, o procurador revelou que a Marinha e o Exército pediram informações, mas não responderam mais sobre o assunto.

“Saímos por volta das 14h e ficamos tanto com ela quanto com a Polícia Federal. Foi assim que iniciou-se essa saga com o exército brasileiro. A marinha e o exército pediram informações, mas não recebemos nenhuma resposta naquele momento”, afirmou.

A Univaja “continuou o que fizemos no domingo e continuamos procurando”, até a chegada dos equipamentos da Marinha. Além disso, a entidade também contou que a instituição prometeu um helicóptero para esta terça-feira, que ainda não havia chegado em Atalaia do Norte.

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