Carioca criado em Brasília, Rodrigo Rollemberg chegou ao Palácio do Buriti na eleição passada, com 812.036 votos, batendo Jofran Frejat no segundo turno. Era o coroamento de uma carreira política que começou em 1990, quando tentou, sem sucesso, ser distrital pelo mesmo PSB ao qual se filiou em 1985 (e está até hoje).
Em 1994, na segunda tentativa, alcançou a primeira suplência, assumindo o mandato com licenças de Wasny de Roure. Também foi secretário de Turismo do governo Cristovam Buarque, então no PT, iniciando o Projeto Orla. Em 1998, foi eleito deputado distrital, com 15.942 votos.
Não disputou a reeleição, pois tentou ser governador em 2002, mas ficou atrás de Joaquim Roriz e de Geraldo Magela. No governo Lula, foi levado para a Secretaria Nacional de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2003. Três anos mais tarde, foi eleito deputado federal com quase 56 mil votos. Em 2010, elegeu-se senador, com mais de 738 mil votos.
Isso o credenciou para tentar o Buriti, outra vez, na eleição passada, indo ao segundo turno com a maior votação.
Depois de vencer Frejat, governa o DF com austeridade, devido a uma situação financeira complicada que encontrou ao assumir o governo. Agora, tenta se reeleger. Sua plataforma passou pela análise ds parceria do Conseslho federal de Administração (CFA) e do Jornal de Brasília.
Gestão
Em um possível segundo mandato, o governador Rodrigo Rollemberg dará prioridade a implementar uma política de reajuste salarial dos servidores públicos. “Nossa previsão é ter algo em torno de R$ 600 milhões para recomposições salariais e para contratação de novos servidores. Esse reajuste seria pago a partir do momento que a lei passe a ter eficácia, ou seja, que tenha disponibilidade orçamentária e financeira”, disse. A contratação de novos servidores públicos priorizará saúde, educação e segurança. Ele pretende implantar a Central de Licitações e Contratações para otimizar os processos de compra e contratações em apoio às Administrações Regionais; reestruturar e fortalecer a equipe técnica do SLU; e equipar a Novacap e o DER com máquinas e equipamentos para aumento da capacidade de realização de obras diretas. Outra meta do plano de governo é o Governo Eletrônico: plataforma integrada de aplicativos e serviços oferecidos ao cidadão diretamente em seus celulares.
Combate à corrupção
O candidato quer promover a participação popular nas ações administrativas – do planejamento à avaliação das políticas públicas –, dando pleno acesso ao andamento de obras e da execução orçamentária.
Educação
Rollemberg propõe a universalização da educação infantil para crianças de 3 anos e o aumento do número de vagas nas creches. “Eu tenho hoje muita tranquilidade pra dizer que no próximo governo nós vamos garantir que todas as crianças de seis meses a 5 anos vão ser matriculadas em creches e na educação infantil”, afirma. Também promete o fortalecimento da educação profissional e tecnológica, buscando integrá-la à educação de jovens e adultos, ao ensino médio e ao setor produtivo. Ele sustenta que vai implantar Centros Interescolares de Línguas em todas as cidades do DF; asfaltar todas as vias de acesso às escolas rurais (via Programa Caminho das Escolas); realizar uma busca ativa por estudantes em situação de evasão escolar; e aumentar os investimentos para a melhoria da infraestrutura da Rede Pública de Ensino.
Saúde
O candidato pretende consolidar a mudança de modelo assistencial do SUS/DF, que tem como eixo de organização a Estratégia Saúde da Família, fortalecendo a Atenção Primária à Saúde. “Vamos criar mais 30 mil vagas para que crianças de seis meses a cinco anos sejam assistidas. Também vou construir um novo hospital em Ceilândia. Vamos gerir todos os hospitais do DF como gerimos o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF) e contratar novos servidores na área da saúde”, diz. Ele também quer ampliar o número de Agentes Comunitários de Saúde e Controle de Endemias, completando as Equipes de Saúde da Família e reforçando o vínculo entre os profissionais de saúde e a população. Além disso, quer criar quatro centros de parto normal nos hospitais que realizam maior número de procedimentos, visando aprimorar a assistência obstétrica em Brasília. A ampliação de qualificação do processo de regulação com o uso do Telesaúde também está na pauta, bem como o fortalecimento da regionalização da gestão em saúde, ampliando a descentralização administrativa com o aumento da autonomia das regiões.
Programas Sociais
Rodrigo Rollemberg pretende implementar mecanismos de gestão e governança para integrar as políticas públicas das diversas áreas sociais do GDF; implantar o Cartão Unificado dos Programas Sociais, por meio do qual o GDF gerenciará a concessão de todos os benefícios sociais; implantar as UMAS (Unidades Móveis de Assistência Social), que levarão serviços de Assistência Social a todas as regiões do DF. Promete ainda ampliar e reformar as estruturas de atendimento do Pró-Vítima, programa de assistência a vítimas de violência; ampliar o número de vagas para acolhimento de crianças, adolescentes e idosos dependentes químicos em comunidades terapêuticas ou clínicas credenciadas, mas não especifica a quantidade. Quer oferecer incentivos para a produção de cadeiras de rodas motorizadas de baixo custo e direcionar mais atenção à Apae. “Atualmente, na Apae, são atendidos quase 240 jovens. O objetivo é subir esse número para 540, aumentando o repasse de R$ 2 milhões para R$ 5 milhões. Não é um número expressivo, mas fará a diferença”, aponta.
Segurança Pública
Entre as principais promessas para esta área, o candidato à reeleição diz que vai aumentar o contingente da PM. “Vamos contratar policiais para fazer rondas constantes. Há dinheiro suficiente no orçamento do DF”, afirma. Além da contratação de policiais civis, PMs e bombeiros visando à reposição dos efetivos, investirá no fortalecimento do Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB), unidade destinada a promover a coordenação e a gestão integrada das operações de segurança, mobilidade, fiscalização e prestação de serviços públicos do DF. Pretende dar continuidade ao programa de construção de quatro novos CDPs (com 3,2 mil vagas) para reduzir a sobrecarga do sistema penitenciário. Sustenta, ainda, a importância de fortalecer o Sistema de Videomonitoramento, integrando as câmeras públicas e privadas com especial atenção às áreas de concentração de crimes; e o programa “Viva Brasília, o nosso pacto pela vida”, com o redução de homicídios, de crimes violentos e de crimes contra o patrimônio.
Política Econômica
No âmbito econômico, Rollemberg quer fortalecer a segurança jurídica do Benefício Econômico (oportunidade de acesso a espaços para instalação física) oferecido a empresas, com foco em vocações regionais, de forma a potencializar a geração de empregos. Seu plano de governo prevê melhoria do ambiente competitivo por meio de ações de desburocratização, rearranjo normativo e novas ferramentas tecnológicas, bem como instituir a Ceilândia como Capital Metropolitana, a partir de sua posição estratégica em relação a Goiás e às três grandes macrorregiões urbanas do DF.
Geração de Empregos
Para trabalhar o gargalo do desemprego na cidade, o candidato promete reestruturar as Agências do Trabalhador; transformar a Fábrica Social em um centro de formação e fomento ao empreendedorismo; implementar um modelo de quiosques padrão a ser replicado em todo o DF; e montar um programa de qualificação profissional voltado para o mercado, garantindo a empregabilidade dos trabalhadores formados.
Meio Ambiente
Na área ambiental, estão previstos o estabelecimento de ações de mobilização e educação ambiental que promovam sensibilização da população, notadamente para a água, e implementar instrumentos e tecnologias de uso racional da água voltados à população do DF e da Ride. Rollemberg propõe a implantação da coleta seletiva em todo o DF, melhorando a logística reversa e ampliando o número de cooperativas de catadores de lixo; a criação de instrumentos de conciliação e mediação sobre infrações ambientais; a ampliação do monitoramento e combate a incêndios florestais nos Parques e Unidades de Conservação do Distrito Federal; o estabelecimento de ações de recuperação de bacias hidrográficas que fomentem políticas de envolvimento de produtores rurais, pagamento por serviços ambientais e reconfiguração de propriedades rurais para uso de técnicas mais sustentáveis.
Mobilidade Urbana
A revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano é um dos planos de Rodrigo Rollemberg, bem como a implantação de novo Sistema de Bilhetagem Automática com acesso pleno ao sistema (novas formas de pagamento) e ampliação do Bilhete Único para atingir os principais municípios da Ride. Promete também investir em modernização do monitoramento da frota; integração física e tarifária entre todos os modais de transporte; conclusão do sistema de informação aos usuários; e ampliação dos investimentos em terminais no DF para integração dos municípios adjacentes a Brasília. “Nós vamos fazer o Corredor Oeste, já temos recurso para isso, os processos estão sendo finalizados. Ele prevê um BRT que sai do Plano Piloto, passa pela EPIG, Pistão Norte, Hélio Prates em Taguatinga, Hélio Prates na Ceilândia, até chegar no Sol Nascente”, detalha. Entre as propostas, estão ainda a ampliação das linhas de transporte rural; modernização do Sistema Metroferroviário; e renovação da frota de ônibus, priorizando veículos com biocombustível, elétrico, piso baixo, ar condicionado e motor traseiro. Para o próximo governo, pretende contratar um estudo para readequação das linhas de ônibus do DF; reestruturar e urbanizar os corredores de ônibus da W3 Sul e W3 Norte; implantar o Ônibus Executivo Elétrico do Aeroporto; expandir anualmente a malha de ciclovias e ciclofaixas, com bicicletários em terminais e estações do metrô, e da oferta de bicicletas compartilhadas, expandindo o serviço para outras Regiões Administrativas do DF.
Infraestrutura
Já em infraestrutura, o plano do governador prevê a ampliação do investimento em drenagem de águas pluviais em áreas urbanas e rurais; expansão do sistema de distribuição de água e do sistema coletor de esgotos em correlação com a política ambiental. Rollemberg também promete construir pontes e viadutos e asfaltar as principais rodovias de escoamento da produção rural. Destaca o Programa de Implantação de Infraestrutura em áreas de Regularização. A expansão da infraestrutura e aumento da capacidade das linhas de transmissão e distribuição de energia em todo DF e a implantação de um grande parque de geração de energia solar no DF também estão na pauta.