WANDERLEY PREITE SOBRINHO
Ex-deputado distrital, Leandro Grass (PV) é o favorito para assumir o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Embora gestor cultural, ele não tem experiência em patrimônio histórico, atribuição do órgão.
O QUE ACONTECEU
Servidores e ativistas do setor rejeitam a indicação política. Eles entregaram nesta terça-feira (3) um abaixo-assinado com 293 assinaturas com outra indicação.
Grass foi candidato derrotado ao governo do DF em 2022.
Endereçado à ministra Margareth Menezes, o texto com as assinaturas defende a indicação do arquiteto e urbanista Leonardo Castriota, professor da UFMG e vice-presidente mundial do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, órgão assessor da Unesco.
De acordo com um interlocutor, o abaixo-assinado foi entregue na tarde desta terça-feira ao secretário-executivo da Cultura, Márcio Tavares.
AGRADO AO PV
A indicação de Grass para o Iphan buscaria contemplar o PV na formação do segundo escalão do governo. O partido não ficou com nenhum dos 37 ministérios, embora tenha apoiado a eleição de Lula desde o primeiro turno.
Avante, Solidariedade e PROS também devem ser acomodados no segundo escalão.
O setor teme, porém, que a escolha política fragilize ainda mais o órgão. Foi no governo Jair Bolsonaro que o Iphan recebeu sua primeira presidente sem experiência técnica, Larissa Peixoto, já exonerada.
Além de Castriota, o setor cogita outros nomes técnicos:
Andrey Schlee, ex-diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan
Nivaldo Andrade, coordenador do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro
Márcia Santana, membro do Conselho Consultivo do Iphan
Célia Corsino, ex-superintendente do Iphan em Minas Gerais