O inquérito por lavagem de dinheiro aberto pela Polícia Federal que investiga o pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, não faz com que o partido pense em substituir o nome do ex-ministro na chapa para as eleições de outubro. Correligionários e membros de partidos aliados ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, avaliam que Pimenta prestou, de forma legal, serviços como advogado à agência do publicitário Marcos Valério e deve permanecer como pré-candidato.
Presente em reuniões políticas convocadas pelo governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, a presidente estadual do PPS, Luzia Ferreira, nega que a troca tenha sido discutida nas últimas semanas. “Os partidos que se unem em torno da candidatura dele, os dezoito, acreditam que não vai atrapalhar a campanha. Não foi nada ilegal, ele recebeu em conta bancária, declarou no Imposto de Renda”, defende a deputada estadual.
Um parlamentar aliado há mais de uma década ao PSDB no Estado argumenta que Pimenta não tem substituto viável neste momento. “Não tem essa de substituir. Vai trocar por quem? O Pimenta foi tirado da aposentadoria justamente porque não havia um candidato óbvio”, comenta o parlamentar. Outro fator que pesa contra a substituição é a avaliação de que ela provocaria um desgaste a menos de seis meses do pleito.
Antes da escolha de Pimenta para enfrentar o petista Fernando Pimentel, considerada uma indicação pessoal de Aécio Neves, nomes como o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), e o presidente do PSDB-MG, Marcus Pestana, pleitearam informalmente a candidatura. Mesmo com a disputa pelo posto, o deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB) garante que há unidade em torno do nome do candidato escolhido. Ele não acredita que a denúncia seja um impedimento para o crescimento de Pimenta da Veiga nos próximos meses.
Andrada classifica a denúncia como “requentada” e diz que todos os esclarecimentos foram prestados por Pimenta. O fato de o pré-candidato ser desconhecido da maioria dos eleitores por conta dos anos fora da política, neste momento, é visto como uma vantagem. “Apesar de ser ‘café requentado’, é bom que tenha aparecido agora. A eleição não começou ainda e é tanto escândalo vindo de Brasília que isso vai cair no esquecimento”, confia Andrada.
Aberta em 2013, a investigação da PF envolvendo o ex-ministro é um desdobramento da denúncia oferecida em 2007 pela Procuradoria-Geral da República com base no inquérito do mensalão mineiro. O próprio Aécio, considerado o maior responsável pela volta de Pimenta à política, defendeu seu candidato em mais de uma oportunidade desde que surgiu a notícia da investigação.