Em encontro realizado com o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) Eduardo Eugênio, defendeu a criação de um Conselho Fiscal Nacional como forma de trazer mais transparência para os gastos do governo. A reunião foi realizada no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.
“Trouxemos uma proposição. Todos sabemos que o problema do Brasil agora é fiscal, ou seja, estamos com despesas maiores do que receita. E no passado tivemos problemas graves com a inflação quando foi criado o Conselho Monetário Nacional (CMN) para balizar a quantidade de dinheiro na praça. A minha proposta é a criação do Conselho Fiscal Nacional para trazer transparência para a sociedade com os limites dos gastos de uma forma permanente”, afirmou Eugênio após o encontro.
Segundo ele, Temer gostou da ideia e irá levá-la para discutir com Henrique Meirelles, cotado para assumir o ministério da Fazenda, caso se confirme o afastamento da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment previsto para ser votado amanhã no Senado.
“A importância disso é trazer para a sociedade e inclusive para os políticos que nós no Brasil não fabricamos dinheiro, os recursos disponíveis são aqueles advindos de impostos. Então, temos que cuidar muito cuidado”, ressaltou o dirigente.
O presidente da Firjan também criticou a decisão tomada ontem pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de tentar anular o processo de impeachment. Diante da possibilidade de ser expulso de seu partido, Maranhão recuou no final da noite de ontem e revogou sua decisão.
“Não teve comentários (no encontro com Temer) apenas sorrisos. É um negócio tão estapafúrdio”, afirmou Eugênio. “O importante é que as pessoas que procuram fazer essas excentricidades entendam que isso afeta a economia real… Posso imaginar a quantidade de empresas que tiveram prejuízos ontem por causa dessa gracinha. Não há nada que se discuta a nível político que não afete a economia real”, emendou.
Segundo o dirigente, no encontro com Temer, não foi tratado sobre a possibilidade de recriação de impostos e de benefícios para as empresas do setor.