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Política & Poder

Prejuízo após ataques de 8/1 chegou a R$ 4,3 milhões

O relatório completo feito pelo Planalto sobre bens danificados ou extraviados pelos vândalos foi enviado à CPI do 8 de janeiro ontem (27)

Redação Jornal de Brasília

28/06/2023 7h09

Foto: Agência Brasil

O prejuízo com os ataques golpistas ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro chegou a R$ 4,3 milhões, avaliou a Presidência da República. O maior valor foi de obras de arte depredadas por vândalos.

O relatório completo feito pelo Planalto sobre bens danificados ou extraviados pelos vândalos foi enviado à CPI do 8 de janeiro ontem (27). A Coordenação-Geral de Gestão Patrimonial da Presidência identificou 24 obras de arte danificadas. Dessas, 15 tiveram os valores avaliados pelo órgão, montante que chega a R$ 3,5 milhões, informou a Folha de São Paulo.

Algumas obras, porém, não têm o valor mensurado, como é o caso do relógio francês do século 17, entregue pela corte francesa como um presente a Dom João 6º. Há somente duas unidades do relógio produzido pelo artista Balthazar Martinot. O segundo está no Palácio de Versailles, na França.

O armário usado como base para o relógio, uma ânfora em porcelana e uma cadeira de jacarandá estão entre as outras obras danificadas cuja avaliação não pode ser feita.

O quadro As mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti, foi estimado em R$ 3,2 milhões. Um laudo feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) mostra que a obra foi danificada com sete perfurações.

Um banco de madeira maciça projetado por Oscar Niemeyer e sua filha Anna Maria sofreu “marcas de sujidade e alguns pontos de abrasão, sobretudo nas áreas da quina”, segundo o relatório do Iphan. A obra é avaliada em R$ 15,5 mil.

O Palácio do Planalto também gastou cerca de R$ 300 mil para a recuperação física de áreas internas e externas da sede do Executivo. A maior fatia (R$ 204 mil) envolveu a reposição da vidraçaria quebrada pelos vândalos.

O valor ainda abrange R$ 39 mil no conserto de elevadores danificados, R$ 15 mil em divisórias especiais e R$ 8,7 mil em reparos na parte elétrica, entre outros custos.

A Presidência da República ainda detalhou 189 bens móveis que foram danificados pelos bolsonaristas radicais. O conjunto representa um prejuízo de R$ 363 mil.

Estão nessa lista monitores de vídeos, seis microcomputadores, 79 cadeiras empilháveis e televisões, entre outros bens.

Ainda foram furtados pelos vândalos 149 itens da Presidência, no valor de R$ 142 mil. A relação dos itens roubados inclui oito armas de choque tipo spark elite 22.0, aparelhos de saúde (estetoscópio, nebulizador e glicosímetro) e quatro algemas.

Os vândalos ainda deixaram a Esplanada dos Ministérios com objetos grandes e de difícil locomoção, como poltronas, gaveteiros e uma mesa para quatro pessoas, com tampo em MDF.

Os relatórios enviados à CPI do 8 de janeiro ainda apresentam uma série de fotografias que mostram como os bens estavam antes da depredação e como ficaram após a invasão dos bolsonaristas radicais.

Os detalhes foram enviados pela Presidência da República em resposta a um requerimento da senadora Augusta Brito (PT-CE). No texto, ela pede a especificação de todos os bens depredados para “permitir uma responsabilização mais fidedigna quanto à reparação dos danos ao patrimônio histórico-cultural vandalizado”.

Em fevereiro, a AGU (Advocacia-Geral da União) pediu à Justiça que ampliasse uma ação cautelar que bloqueou bens de suspeitos de financiar o fretamento de ônibus para os atos golpistas em um processo maior, que garantisse a condenação definitiva de ressarcimento aos cofres públicos.

O valor desse ressarcimento seria de R$ 20,7 milhões e foi calculado pela AGU com base nos prejuízos apontados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Palácio do Planalto e Congresso Nacional.

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