Francisco Dutra
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O programa de governo do general Paulo Chagas (PRP) apresenta um plano de guerra para enfrentar o caos na Saúde Pública. Militar pretende colocar nas ruas um Gabinete de Itinerante de Saúde para diagnosticar e remediar as falhas na rede pública com ações em campo. Na mesma linha de combate, Chagas pretende criar carretas de serviços básicos de saúde, nos moldes das antigas carretas da Visão e da Mulher. Na Educação, o candidato brasiliense do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pretende implantar o modelo da escola militar na rede pública. Para melhorar o serviço de transporte público, pretende rever os contratos de ônibus para pagar as empresas por quilômetro rodado e não mais por número de passageiros.
O que é o Gabinete Itinerante da Saúde?
É o gabinete que envolve todos os decisores da área de Saúde. Nós vamos deslocar esse gabinete para próximo dos problemas, das pessoas. Para que lá sejam resolvidos, de fato, todos os problemas. Se aquele cidadão não fez uma cirurgia, esse gabinete vai descobrir por que e resolver. Então todos os problemas que forem apresentados em uma Unidade Básica de Saúde, que nós entendamos que precisa de um apoio mais seguro, mais evidente, nós vamos deslocar o gabinete para lá, ele é itinerante, e resolve todos esses problemas. Vai levar todos os decisores para próximo do problema.
E que serão as Unidades Móveis de Saúde? É algo como a Carreta da Mulher?
É levar os meios de Saúde para próximo do cidadão. Isso também envolve a parte odontológica, por exemplo. Isso é utilizada algumas vezes até que a viatura quebre, demagogicamente. Nós queremos que isso funcione de fato de maneira permanente. E não alguma coisa que aparece e que desaparece, vamos dizer assim, por falta de gestão, de competência, de planejamento. No nosso governo vai acontecer permanentemente. Vamos fazer quantas unidades forem necessárias e possíveis. Uma coisa é a necessidade e a outra é a possibilidade. Nós não trabalhamos com ideias mirabolantes ou ilusões. E os lugares que iremos enviá-las serão aqueles onde serão mais necessárias, ou seja as áreas carentes.
Pretende reforçar a Defesa Civil?
Isso é função do momento que nós estamos vivendo. Tem um viaduto que caiu. Graças a Deus. Eu digo que Deus não é só brasileiro, ele é brasiliense. Aconteceu na hora do almoço e ninguém saiu ferido. E existem relatórios que dizem que outras estruturas estão merecendo atenção especial antes que aconteça um desastre. Então neste momento, cresce de importância a atuação da Defesa Civil, para a prevenção na antecipação, com atividades pró-ativas. Para que não caia outro viaduto, para que a Torre de Televisão não caia em cima das pessoas. Ela vai ser fortalecida porque nós estamos vivendo um momento de crise. A queda de um viaduto não é uma coisa comum. Brasília tem 58 anos e o que falta? Falta manutenção. Falta manutenção na Ponte JK. Não pode cair mais nenhuma ponte ou qualquer outro tipo de obra de arte.
Isso vale para hospitais e escolas públicas?
Tudo. A função da Defesa Civil não é apenas trabalhar depois do fato, mas se antecipar ao fato. Não só ela, mas o Corpo de Bombeiros também. Os hospitais no DF estão em péssimas condições. Cresce de importância essa ação preventiva.
Pretende reforçar o policiamento nas escolas públicas?
Isso vai se dar primeiro com a próprio Polícia Militar. E realmente a PM estiver com o efetivo muito reduzido, nós vamos usar a figura do PTTC. Vamos convidar companheiros da reserva da PM e do Corpo de Bombeiros para a “Prestação de Tarefa por Tempo Certo” para complementar o policiamento.
Caso eleito, quer implantar o sistema das escolas militares?
Estamos usando o exemplo do estado de Goiás, que já tem 50, para mais ou para menos, escolas militarizadas. Nós pretendemos, nesses moldes, militarizar uma escola, em Ceilândia. Para dar como exemplo para que fique lá a disposição. Temos outro exemplo. Ouvimos dos professores muito reclamação sobre a questão da segurança e a experiência de um policial mais antigo pode ajudar para resolver esse tipo de problema. Essa militarização é uma coisa que pretendo colocar à disposição dos alunos, professores e dos pais. Para que esses três decidam. Não vou impor nada.
Então não será imposto?
Também tem isso. Mas se no meu julgamento ou no do secretário de Educação em que a gente chegue na conclusão que vamos precisar tomar uma atitude em relação a uma escola, aí vamos ter que tomar alguma medida. E essa pode ser uma. O critério é a segurança, disciplina e o desempenho. Porque nós vemos que as três melhores escolas do DF são militares. Então esse sistema de Colégio Militar tem alguma coisa que funciona e funciona muito bem. O amor que as crianças demonstram pelos colégios militares demonstra que não é uma imposição é uma vibração, é uma opção. Em algumas vamos implantar de forma diferente, mas visando reverter um quadro. Visando amor à escola, respeito aos professores e a própria segurança, também.
E a merenda escolar?
Nós temos visto que a merenda nas escolas públicas tem sido bolachinha com qualquer tipo de suco. E o recurso a gente não sabe para onde vai. O recurso é muito maior do que biscoito e suco. Nós pretendemos cumprir realmente o que previsto para as crianças na alimentação escolar. Nós queremos usar para isso agronegócio no DF, principalmente o familiar. E vai nos ajudar duas vezes. Pelo incremento da agricultura familiar e pela merenda de qualidade, com uma alimentação pura.
No seu governo não vai ter bolacha na merenda? Não vai ter pipoca?
Se tiver isso é porque deixei de ser governador. É porque houve um golpe.
Há um plano de obras?
Todo nosso diagnóstico do DF mostra que ele está depauperado. A conclusão que nós chegamos é que antes de nós conseguirmos as condições de todos os setores, nós não podemos pensar em grandes projetos mirabolantes de construir estádios e hospitais. É um dicurso muito bonito. Nós podemos até chegar a conclusão de que são necessários, mas depois de tudo que está aí esteja funcionando.
Como melhorar o transporte público nas periferias? Vai ampliar o horário do Metrô?
Pretendo reestudar os horários do Metrô. Hoje no DF a contratação é pela quantidade de pessoas transportadas. Nós pretendemos mudar isso para quilômetro rodado. O dono da empresa orienta só anda quando estiver lotado. Nós revertendo isso para quilômetro rodado, ele vai ter interesse. Nós temos que regular isso para que se chegue a uma otimização de pessoas transportadas e quilômetro rodado.