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Política & Poder

PGR resume atos antidemocráticos em quatro etapas

Os oficiais da PMDF estavam cientes das duas primeiras etapas, e passaram a acompanhar de perto as demais, como demonstram troca de mensagens

Camila Bairros

18/08/2023 11h49

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No documento de denúncia feita pela Procuradoria-Geral da União (PGR) acerca de oficiais da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que estão sendo acusados de omissão no fatídico dia 8 de janeiro, quando vândalos depredaram prédios da Praça dos Três Poderes, o órgão busca explicar o que resultou na invasão.

De acordo com a PGR, os atos antidemocráticos foram resultado de quatro etapas: instigação de levante popular, com a difusão de teorias conspiratórias e convocações via Internet para arregimentação de pessoas; chegada de pessoas a Brasília, com concentração em frente ao QG do Exército; início da invasão, com a superação das barreiras policiais montadas na Esplanada; consumação, com a tentativa de deposição do governo eleito.

Os oficiais da PMDF estavam cientes das duas primeiras etapas, e passaram a acompanhar de perto as demais, como demonstram troca de mensagens e relatórios.

Eles “acompanharam a chegada de uma centena de ônibus repletos de insurgentes à capital federal; monitoraram ativamente as redes sociais; trocaram alertas de inteligência e obtiveram informações de agentes policiais que, infiltrados nos locais de concentração da turba, informaram-lhes, com dias de antecedência, sobre os atos preparatórios para invasões às sedes dos Três Poderes e sobre as intenções golpistas do movimento”, explica a PGR.

A denúncia traz ainda imagens dos denunciados no dia dos atos que mostram a conduta omissiva frente aos invasores. Relata também as providências adotadas por eles em casos de violência anteriores ao 8 de janeiro, como o episódio da obstrução de rodovias (quando não foram identificados os veículos e condutores participantes dos bloqueios registrados no DF) e os ataques ao centro de Brasília em 12 de dezembro, quando a PM não fez nenhuma prisão.

Além da condenação pelos crimes apontados, o MPF pede a condenação dos denunciados a ressarcir em dobro os danos verificados ao patrimônio público em decorrência do vandalismo e a decretação da perda de seus cargos.

A Polícia Federal realizou hoje o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão no DF. Confira os alvos:

  • Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;
  • Coronel Klepter Rosa Gonçalves, atual comandante da PMDF;
  • Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações;
  • Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra;
  • Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;
  • Major Flávio Silvestre de Alencar;
  • Tenente Rafael Pereira Martins.

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