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Política & Poder

PGR não vê crime de deputadas bolsonaristas que publicaram vídeos dos atos golpistas

Ele afirmou que cabe ao Conselho de Ética da Câmara analisar se houve quebra de decoro

Redação Jornal de Brasília

20/05/2023 10h18

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que as deputadas Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) não iniciaram os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília.

O parecer foi enviado nesta sexta-feira, 19, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirma que, embora tenham feito publicações com ‘viés ideológico’ nas redes sociais, as deputadas só se manifestaram depois da invasão aos prédios na Praça dos Três Poderes.

“Analisando-se o material amealhado durante as investigações, constata-se que não se extrai, ainda que com esforço interpretativo, qualquer indício da prática de crime”, diz um trecho do documento. “Inexiste nexo causal entre as práticas delitivas ocorridas e a postagem.”

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que assina a manifestação em nome da PGR, defendeu o arquivamento da investigação, sem oferecer denúncia. Ele afirmou que cabe ao Conselho de Ética da Câmara analisar se houve quebra de decoro.

A deputada Clarissa Tércio divulgou no Instagram um vídeo da invasão ao Congresso Nacional: “Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo povo está aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos”, narra uma voz feminina enquanto filma os manifestantes.

Em depoimento, a deputada negou que a voz seja dela. Clarissa afirmou que não estava em Brasília no dia dos atos golpistas e que, quando soube da ‘gravidade’ dos protestos, publicou uma nota repudiando os atos de violência.

Silvia Waiãpi também divulgou um vídeo das invasões e incluiu a legenda: “Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho.”

A deputada disse em depoimento que não estava em Brasília no dia 8 de janeiro e que compartilhou o registro ‘a título jornalístico de informação’.

O deputado André Fernandes (PL-CE) também é investigado. Em relação a ele, a PGR pediu mais 60 dias para concluir o inquérito. O parlamentar divulgou, no dia 6 de janeiro, o ato que resultou na invasão do Palácio do Planalto e dos prédios do STF e do Congresso Nacional. “Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos Lá”, disse. Ele também compartilhou uma foto do porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, arrancada pelos vândalos, com a legenda: “Quem rir vai preso”.

Estadão Conteúdo

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