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Política & Poder

PF cumpre mandados na sede da Precisa Medicamentos

Empresa entrou na mira da CPI da Pandemia por suspeita de tentar emplacar venda superfaturada da vacina indiana Covaxin

Willian Matos

17/09/2021 7h16

Foto: Arquivo/Polícia Federal

A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (17) uma operação contra a farmacêutica Precisa Medicamentos, que negociou com o Ministério da Saúde a venda da vacina indiana Covaxin contra a covid-19. A ação foi solicitada pela CPI da Pandemia e autorizada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Agentes cumprem mandados de busca e apreensão nas cidades de Barueri-SP e Itapevi-SP, em escritórios da empresa e locais de armazenamento de distribuição de produtos.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relembrou que a comissão pediu informações à Precisa e a farmacêutica não enviou, o que acabou culminando na operação. “A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial.”

Também membro da CPI, o senador Humberto Costa (PT-PE) reforçou a dificuldade da comissão de acessar os documentos necessários. “Queremos o contrato entre ela [a Precisa] e a indiana Bharat Biotech para saber em que termos foi negociada a bilionária compra da Covaxin. Nem a empresa nem o MS nos prestaram as informações necessárias.”

No Caso Covaxin, a Precisa intermediou o negócio entre a fabricante, Bharat Biotech, e o Ministério da Saúde. Nenhuma das quatro vacinas hoje usadas pelo governo Bolsonaro foi comprada com intermediadores desta forma. A CPI apura essa intermediação e também o preço superfaturado de 11 dólares por dose. O Ministério chegou a assinar contrato de compra, mas, com o andar das investigações por parte da comissão, o acordo foi suspenso e depois cancelado.

A CPI já ouviu a farmacêutica Emanuela Medrades, da Precisa, e ainda tenta ouvir o dono da empresa, Francisco Maximiano, embora o prazo da comissão esteja se encerrando. Os senadores suspeitam de que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), tenha envolvimento na negociação.

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