Menu
Política & Poder

Pazuello nega distribuição de kit covid para povos indígenas

Ainda assim, ele confirmou a distribuição de cloroquina, como, segundo ele, ocorre todo ano para o tratamento de outras doenças

Geovanna Bispo

20/05/2021 16h22

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Durante depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou a distribuição do chamado “kit covid” para comunidades indígenas pelo país. Ainda assim, ele confirmou a distribuição de cloroquina, como, segundo ele, ocorre todo ano para o tratamento de outras doenças. O “kit covid” traz a ivermectina e a cloroquina como remédios para prevenção e cura da covid-19, mas que não tem eficácia comprovada.

A pergunta sobre o assunto foi feita pelo senador Fabiano Contarato (Rede), que informou que, em 28 de julho do ano passado, o ex-ministro teria comemorado a distribuição de mais de 100 mil pílulas de cloroquina para as comunidades.

Cloroquina

O ex-ministro da Saúde negou ter comprado o medicamento sem eficácia comprovada Hidroxicloroquina. “Eu não fiz, não faria e não deixaria fazer”. Ainda assim, Pazuello afirmou que, tudo que o governo pedia para ser distribuído, ele distribuía.

Diferentemente, ontem Pazuello defendia o uso do fármaco, apesar de afirmar que, quando chegou à pasta, foi necessário fazer uma nota para conter o uso do medicamento na fase final da doença. “O Brasil usa cloroquina há 70 anos. A cloroquina é um antiviral e um anti-inflamatório conhecido pelo Brasil […] Ele tem ações antivirais e anti-inflamatórias, pelo menos é o que me é trazido, eu não sou médico” afirmou, lembrando o uso de medicamentos durante as crises de Zika e Chikungunya no País.

Oxigênio

Mais cedo, Pazuello culpou a empresa fornecedora de oxigênio hospitalar e a Secretaria de Saúde do Amazonas pela falta de oxigênio em Manaus-AM no início do ano. “A empresa White Martins, que é a grande fornecedora, somada à produção da Carboxi, que é uma empresa menor, vinha consumindo sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde o início. Começa aí a primeira posição de responsabilidade, não tem como nós isentarmos essa primeira posição”, disse.

“O contraponto disso é o acompanhamento da Secretaria de Saúde que não o fez. Se a Secretaria de Saúde tivesse acompanhado de perto a situação da produção e consumo do oxigênio, teria descoberto que estava sendo consumida uma reserva estratégica e que medidas deveriam ser feitas imediatamente”, prosseguiu.

“Vejo ai duas responsabilidades muito claras. Uma começa na empresa que consome a sua reserva estratégica e não se posiciona de uma forma clara e a outra da Secretaria de Saúde.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado