Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos informaram à Comissão de Educação do Senado na noite desta quarta-feira, 6, que não comparecerão à sessão de hoje. Os senadores vão ouvir apenas o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE), Marcelo Ponte.
Como revelou o Estadão, os religiosos formavam um gabinete paralelo junto ao então ministro da Educação, Milton Ribeiro, facilitando o acesso ao comando da pasta. Prefeitos relataram ao Estadão e depois aos próprios senadores que os pastores cobravam propina em ouro, dinheiro e até compra de Bíblias para destravar recursos do MEC. A atuação de Arilton Moura e Gilmar Santos levou à queda de Ribeiro da chefia da pasta.
O presidente da Comissão de Educação reagiu à recusa dos pastores em falar aos senadores. “Recebi agora, à noite, email enviado à Comissão de Educação, assinado pelo pastor Gilmar Santos, informando que não vai comparecer à audiência desta quinta-feira. A CPI do MEC está cada vez mais próxima de acontecer. Um remédio amargo, porém, necessário”, afirmou.
No documento enviado ao Senado e assinado pelo religioso, Gilmar Santos agradeceu o convite para falar aos parlamentares. O pastor disse que já prestou “os esclarecimentos pertinentes, tanto por meio de nota social publicada em redes sociais, quanto por meio de declarações à autoridade judicial competente”, escreveu.
A defesa de Arilton Moura afirmou que o religioso tem “total interesse em cooperar com o esclarecimento dos fatos”. “Todavia, por ora, considerando que já existem procedimentos instaurados na esfera judicial, o sr. Arilton declina do convite, com as mais respeitosas vênias”, informou o documento enviado à Comissão.
Estadão Conteúdo