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Política & Poder

Para China, globalização é tendência histórica; não há quem possa freá-la

“Existe a necessidade e desejo dos países em ver as cooperações seguirem adiante e em patamar mais elevado”, afirmou o presidente da Seção Chinesa

Aline Rocha

13/11/2019 16h29

Da Redação
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O presidente da Seção Chinesa do Conselho Empresarial Brics, Xu Lirong, pediu aos seus pares do grupo a defesa do multilateralismo econômico. “Estamos em uma nova etapa de revolução industrial com novas tecnologias permitindo uma nova fase ao comércio internacional, será uma transformação”, afirmou

“Precisamos ter um entendimento correto de desse desenvolvimento”, disse. “Precisamos saber que direção rumar e defender o multilateralismo.”

Segundo ele, a globalização econômica é uma tendência histórica e não há quem possa freá-la. Xu Lirong defendeu ainda a elevação da parceria entre os Brics, “de forma estável e com mais energia”.

“Existe a necessidade e desejo dos países em ver as cooperações seguirem adiante e em patamar mais elevado”, afirmou.

Já para a presidente da seção Sul-Africana, Busi Mabuza, as organizações econômicas estão passando por uma crise existencial “As tensões também deverão gerar desigualdade”, disse. “Tensões exacerbam desigualdades, especialmente no continente africano”, afirmou.

Para Mabuza, é preciso reiniciar as relações entre grandes economias e pequenas economias “para nosso benefício mútuo”.

“Precisamos examinar as fontes de desequilíbrio nas nossas relações comerciais, precisamos ver por que as economias menores não estão recebendo os benefícios que elas precisam”, afirmou.

Marcos Troyjo vê desproporção brutal no comércio intra-Brics

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que há uma “desproporção brutal” no comércio entre os países do Brics.

Durante o Fórum Empresarial do Brics, Troyjo citou que os negócios entre Brasil e China chegam a US$ 1 bilhão a cada 80 horas, enquanto, com a Índia, é de cerca de US$ 6 bilhões por ano.

Ele defendeu o aumento da parceria do Brasil com os outros membros do bloco: África do Sul, Índia e Rússia. “Algumas parcerias intra-Brics estão mais avançadas do que outras”, afirmou.

O secretário disse ainda que a presença empresarial do Brasil diminuiu na África depois de empresas que atuavam no continente serem envolvidas em esquemas de corrupção. “É o momento do Brasil relançar sua presença na África”, disse, citando a África do Sul como a porta de entrada para isso.

Troyjo afirmou ainda que a fatia do bloco no comércio exterior será cada vez maior e disse que os países do G7 (bloco dos sete mais ricos do mundo) terão, nos próximos anos, uma participação global menor do que as sete maiores nações emergentes, algumas delas do próprio Brics.

Ele ressaltou que, enquanto o G7 existe há muito tempo e não originou nenhuma instituição, os países do Brics têm o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que representa oportunidade de investimentos para os integrantes.

 

Estadão Conteúdo

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