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Política & Poder

“Nosso sonho segue mais vivo que nunca”, diz Bolsonaro em primeiro pronunciamento

Jair Messias Bolsonaro (PL) perdeu as eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por pouco mais de 2 milhões de votos de diferença

Geovanna Bispo

01/11/2022 16h42

Foto: Evaristo Sá/AFP

Após quase 48 horas do anúncio do resultado das eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela primeira vez na tarde desta terça-feira (1º). “Nosso sonho segue mais vido do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, disse em seu curto discurso.

Em rápida fala, Bolsonaro iniciou agradecendo os mais de 58 milhões de votos que ganhou no último domingo (30). Ainda assim, o presidente não reconheceu a derrota contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes de começar o discurso, Bolsonaro sussurrou sorrindo ao chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira: “Eles vão sentir saudades da gente, né?”.

Segundo o presidente, os bloqueios a rodovias que ocorrem pelo país são fruto de indignação com os resultados das eleições. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, afirmou.

“As manifestações pacíficas são bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população com invasões de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, continuou.

Mesmo com a derrota presidencial, Bolsonaro considera que a “direita” ressurgiu no país. “Nossa robusta representação no Congresso [Nacional] mostra as forças dos nossos valores: Deus, Pátria, família e liberdade”, disse.

Em outro momento, ele ainda se defendeu das acusações sobre ser antidemocrático. “Ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em censurar ou controlar a mídia ou as redes sociais.”

Estiveram presentes ao lado de Bolsonaro o filho e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo César Alvim, Educação, Victor Godoy Veiga, Meio Ambiente, Joaquim Leite, Justiça, Anderson Torres, Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, Desenvolvimento Regional, Daniel Duarte Ferreira, Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, Economia, Paulo Guedes, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes Cordeiro, Relações Exteriores, Carlos Alberto França, Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, e Casa Civil, Ciro Nogueira.

“É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, finalizou.

Jair Messias Bolsonaro (PL) perdeu as eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por pouco menos de 2 milhões de votos de diferença, tornando este o pleito mais apertado da história do Brasil.

Bloqueios em rodovias

Desde o fim das apurações, bolsonaristas contrários ao resultado das eleições fecharam diversas rodovias do país e, segundo a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), o silêncio do presidente estaria estimulando os manifestantes a bloquearem as vias.

Em nota conjunta da FenaPRF e outros sindicatos afirmam que, por não reconhecer a derrota, há dificuldade em “pacificar o país”, além de estimular “parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras”.

De acordo com a PRF, ao menos 227 pontos de bloqueio foram registrados em 20 estados e no Distrito Federal. Além disso, ainda houve 182 autuações por obstrução de rodovias ou por organização de bloqueios e prisões.

Ontem (31), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que os governos estaduais adotem “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias.

Veja o discurso na íntegra:

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