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Política & Poder

No palanque com Bolsonaro

Ibaneis disputou o governo com o apoio de Bolsonaro e teve na sua chapa a ex-ministra Flávia Arruda, que acabou não se elegendo

FolhaPress

05/10/2022 5h00

Atualizada 04/10/2022 22h18

Foto: Agência Brasília

Reeleito em primeiro turno, o governador Ibaneis Rocha se reúne nesta quarta-feira, 5 com Jair Bolsonaro para oficializar a defesa da reeleição do presidente. Ibaneis disputou o governo com o apoio de Bolsonaro e teve na sua chapa a ex-ministra Flávia Arruda, que acabou não se elegendo. Bolsonaro tem buscado a sustentação de governadores para dar uma demonstração de força no segundo turno. Na terça-feira, 4, recebeu o apoio do também reeleito em primeiro turno Romeu Zema, de Minas Gerais. Diante de Bolsonaro, Zema admitiu que tem divergências com o presidente, mas que neste segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado para evitar uma vitória do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda na terça, Ibaneis disse que não descerá do palanque. Vai passar alguns dias fazendo exames médicos em São Paulo, mas ao retornar fará campanha pela reeleição de Bolsonaro. “Vou às ruas para o segundo turno e acredito que ele sairá como vencedor”, assegurou.

Vem aí reforma do secretariado

Ibaneis Rocha anunciou nesta terça-feira, 4, que reformará seu secretariado, mas não pretende fazer isso com uma canetada. Antes das mudanças, criará um grupo de trabalho para definir as próximas ações e, em função do que propuser esse grupo, procederá à reforma. Fará ainda consultas políticas, pois pretende, como fez no primeiro mandato, contar com uma base sólida, que lhe garanta tranquilidade para administrar. Ibaneis fez suas contas. Acha que a oposição pode até ter ganho algum espaço, mas dá como certo o apoio de 17 distritais na futura legislatura. Admite ainda, dependendo do diálogo com os partidos, aproveitar antigos aliados que, mesmo com grande votação, não conseguiram reeleger-se. Em qualquer hipótese, pretende manter seu trabalho de construção de infraestrutura, ao mesmo tempo em que conferirá ênfase à saúde, “que precisa ser reformulada”, e “avançar bastante na área social”. Em tudo isso, Ibaneis pretende garantir protagonismo à sua vice-governadora Celina Leão. Disse que ela garantiu muito dinamismo na política e participou de forma ativa na construção do resultado obtido a 2 de outubro.

Partindo para o jogo duro

Coube a Celina, já na reta final da campanha, partir para o jogo mais duro no enfrentamento da oposição. Ela acusou o segundo colocado na apuração, Leandro Grass, de “fazer uma campanha raivosa, com ataques pessoais a adversários”. Para ela, a candidatura de Grass é fruto da união de partidos que “fizeram governos corruptos e do atraso”. Ela lembra que fez “oposição ferrenha contra o governo petista de Agnelo Queiroz e em seguida contra o de Rodrigo Rollemberg pelos danos causados ao povo”. Ela cita o superfaturamento das obras do estádio Mané Garrincha, no governo Agnelo: “uma obra que era para sair por R$ 600 milhões terminou em R$ 1,5 bilhão, dinheiro da Terracap, cuja metade foi para pagamento de propinas ao governo petista”.

Grass com Leila

Candidato da federação PT-PV-PCdoB ao Buriti, o distrital Leandro Grass encontrou-se em um restaurante brasiliense com a senadora Leila Barros, que disputou o mesmo cargo pelo PDT. Embora ressaltasse que ambos nasceram e cresceram em Brasília, conhecem a cidade e portanto têm consciência do que a população está passando, Grass evitou fazer comentários políticos. Limitou-se a declarar que “nosso compromisso com a população independe de questões partidárias”. O distrital afirma, porém, que só tem um projeto político imediato, que é obter mais votos para o ex-presidente Lula no segundo turno. Quer o apoio de Leila, que deve seguir seu partido, ondem comprometido com Lula.

Decisão acatada

Pouco depois do encontro com Grass e do anúncio de apoio a Lula feito pelo PDT, Leila Barros avisou que acatava a decisão do partido para o segundo turno. Não demonstrou, porém, maior entusiasmo, nem prometeu engajamento pessoal. Limitou-se a dizer que PDT e PT defendem pautas comuns, “como o fortalecimento da educação, da cultura, das instituições brasileiras e das legislações trabalhistas”.

Abacaxi

Essa referência às legislações trabalhistas exibe, a propósito, um dos abacaxis resultantes dos termos do acordo entre os dois partidos. O PDT tinha três condições para o apoio, expostas pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi: projeto da renda mínima, renegociação da dívida no SPC das pequenas empresas e escola em ensino integral, todos temas da campanha de Ciro Gomes. À última hora, porém, o PDT incluiu uma quarta condição, a revogação da reforma trabalhista do governo Temer. É um tema delicado para Lula, que faz acenos ao empresariado, pois a manutenção da reforma é exigência fechada para o setor. A propósito, Ciro Gomes adotou posição semelhante à de Leila. Avisou que acatava a decisão, mas não pediu votos para o PT ou para Lula.

Michelle e Damares no Le Monde

Quem diria, o tradicional e respeitadíssimo jornal francês Le Monde fez uma referência à eleição brasiliense e, ainda por cima, mencionando a campanha da ex-ministra Damares Alves para o Senado. Em geral, quando o Le Monde menciona o Brasil é para se referir à Amazônia e a questões ambientais. Dessa vez, porém, traça um perfil, com direito a podcast. Assinado pelo editor Bruno Meyerfeld, correspondente no Brasil, aborda o papel de Michelle Bolsonaro nas eleições. O título se refere à primeira dama. “Evangélica fervente, oradora fora de série e melhor recruta de Jair: Michelle Bolsonaro, da favela para o palácio presidencial brasileiro”, descreve, em tradução livre.

De mudança

A posse de Damares só ocorre formalmente no dia 1º de fevereiro de 2023, mas a ex-ministra circulou pelo Senado nesta terça-feira, 4. Visitou vários gabinetes e entrou no do senador paranaense Flávio Arns, que está em meio de mandato. Pela regra informal que vigora, Damares deve herdar o gabinete do brasiliense José Antônio Reguffe, que fica na mesma ala, a menos de trinta metros do espaço de Arns.

Agaciel fica na política

Embora mais votado do que seis dos distritais eleitos este ano, Agaciel Maia não conseguiu chegar ao quarto mandato na Câmara Legislativa. Teve 17.693 votos e, como seu partido concentrou votos, obteve apenas a segunda suplência, atrás de outro deputado que perdeu a reeleição, Reginaldo Sardinha. O PL de ambos fez quatro distritais e é por enquanto o maior partido na nova Câmara. De qualquer forma, Agaciel mandou um recado: sua votação é um motivo para continuar na luta. Ele permanecerá na vida pública. Faz, inclusive, parte de uma dinastia. Sua irmã Zenaide Maia é senadora e o irmão João Maia, deputado federal reeleito.

Como chegar lá

Como um dos dois distritais que conseguiram eleger-se deputados federais – o outro é Reginaldo Veras, do PV – o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, afirmou nesta terça-feira, 4, que esse resultado foi alcançado como um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido no exercício do mandato. As medidas legislativas obtidas ajudaram nesse êxito, disse, em referência a projetos de interesse da população, como o que permite aos ônibus pararem fora dos pontos previstos durante viagens noturnas. “O nosso partido também cumpriu seu objetivo”, acrescentou, saudando os emedebistas que lograram êxito na votação para o Legislativo. Ele é o único deputado federal eleito pelo MDB brasiliense, mas o partido fez três distritais e será a segunda maior bancada da nova legislatura.

Mercado imobiliário

O fórum Integridade no Mercado Real Estate, promovido pelo Sindicato da Indústria de Construção Civil do Distrito Federal, o Sinduscon, reúne em Brasília nesta quarta-feira, 5, players locais e nacionais do mercado imobiliário para discutir temas como as novas tecnologias de produção e vendas, além de perspectivas futuras para o segmento com base em análises econômicas e políticas. No encontro será lançado o Programa de Integridade do Sinduscon-DF e sua adequação à Lei Geral de Proteção de Dados.

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