Menu
Política & Poder

Nas capitais do país: 17 partidos disputam 2º turno

Competição aponta para força do centro, mas mostra a grande pulverização partidária do país

Rudolfo Lago

17/11/2020 6h13

Bem mais do que acontece nas eleições nacionais – que nos últimos tempos ficaram marcadas por intensa polarização entre esquerda e direita – o quadro das eleições municipais reflete de forma mais clara a grande pulverização partidária do país. Em 2016, nas eleições anteriores, 17 diferentes partidos disputaram o segundo turno nas capitais. Agora, o número repete-se. De novo, serão 17 diferentes legendas partidárias competindo por uma vaga no segundo turno.

“Embora muita lição possa ser tirada das eleições municipais, nem tudo o que conduz o raciocínio do eleitor no seu município reflete-se na forma como ele se comporta nacionalmente. Há diversos outros fatores que tornam essa equação menos matemática”, avalia o cientista político Melillo Diniz.

Um fator que pesou desta vez na pulverização foi a proibição de coligações partidárias, o que aninou os partidos a lançarem seus próprios candidatos.

Apesar da diversidade, porém, o quadro ajuda a consolidar a explicação sobre alguns fenômenos que já eram observados nas pesquisas de intenção de voto e depois que as urnas eletrônicas foram desligadas em cada cidade do país.

Os partidos do centro tradicional da política, de fato, foram os grandes destaques das eleições deste ano. O MDB, partido que sempre demonstrou grande capilaridade nacional, é a legenda que mais prefeitos elegeu no país. Nas capitais este ano, estará presente em sete no segundo turno. O PSDB disputará três capitais no segundo turno. O DEM disputa uma, mas já conquistou três em primeiro turno.

E percebe-se também a força do Centrão, o bloco que hoje apoia o governo do presidente Jair Bolsonaro. Não necessariamente é a força do presidente. Com exceção do prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) e do Capitão Wagner (PROS), os nomes do Centrão que venceram ou irão para o segundo turno não tinham o apoio explícito de Bolsonaro, que declarara apoio a outros nomes. O Republicanos disputa o segundo turno em três capitais, e também o PP. O PSD disputa em uma e já conquistou duas em primeiro turno.

E há também um retorno mais claro da esquerda ao jogo. Mas não somente do PT. Embora o PT seja o partido que mais disputará eleições nas cidades em que haverá segundo turno, não é mais tão nítida a sua hegemonia no campo das esquerdas. O PT disputa o segundo turno em Vitória e em Recife. Mas o PSB disputa em três capitais, o PSOL e o PDT em duas, e o PCdoB em uma.

QUADRO NAS CAPITAIS

Porto Alegre –Segundo turno
Sebastião Melo (MDB) – 31,01%
Manuela D’Ávila (PCdoB) – 29%

Curitiba – Prefeito eleito em primeiro turno
Rafael Greca (DEM) – 59,74%

Florianópolis – Prefeito eleito em primeiro turno
Gean Loureiro (DEM) – 53,46%

São Paulo – Segundo turno
Bruno Covas (PSDB) – 32,85%
Guilherme Boulos (PSOL) – 20,24%

Rio de Janeiro – Segundo turno
Eduardo Paes (DEM) – 37,01%
Marcelo Crivella (Republicanos) – 21,90%

Belo Horizonte – Prefeito eleito em primeiro turno
Alexandre Kalil (PSD) – 63,36%

Vitória – Segundo turno
Delegado Pazolini (Republicanos) – 30,95%
João Coser (PT) – 21,82%

Salvador – Prefeito eleito em primeiro turno
Bruno Reis (DEM) – 64,20%

Aracaju – Segundo turno
Edvaldo (PDT) – 45,57%
Delegada Danielle (Cidadania) – 21,31%

Maceió – Segundo turno
Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) – 28,87%
JHC (PSB) – 28,56%

Recife –Segundo turno
João Campos (PSB) – 29,17%
Marília Arraes (PT) – 27,95%

João Pessoa – Segundo turno
Cícero Lucena (PP) – 20,72%
Nilvan Ferreira (MDB) – 16,61%

Natal – Prefeito eleito em primeiro turno
Álvaro Dias (PSDB) – 56,58%

Fortaleza – Segundo turno
José Sarto (PDT) – 35,72%
Capitão Wagner (PROS) – 33,32%

Teresina – Segundo turno
Dr. Pessoa (MDB) – 34,53%
Kleber Montezuma (PSDB) – 26,70%

São Luís – Segundo turno
Eduardo Braide (Podemos) – 37,81%
Duarte Júnior (Republicanos) – 22,15%

Palmas – Prefeito eleito (não há segundo turno)
Cinthia Ribeiro (PSDB) – 36,24%

Belém – Segundo turno
Edmilson Rodrigues (PSOL) – 34,22%
Delegado Fedral Eguchi (Patriota) – 23,06%

Macapá – Eleições adiadas

Boa Vista – Segundo turno
Arthur Henrique (MDB) – 49,54%
Ottaci (Solidariedade) – 10,59%

Manaus – Segundo turno
Amazonino Mendes (Podemos) – 23,91%
David Almeida (Avante) – 22,36%

Rio Branco – Segundo turno
Tião Bocalon (PP) – 49,58%
Socorro Neri (PSB) – 22,68%

Porto Velho – Segundo turno
Hildon Chaves (PSDB) – 34,01%
Cristiane Lopes (PP) – 14,32%

Cuiabá – Segundo turno
Abílio Júnior (Podemos) – 33,72%
Emanuel Pinheiro (MDB) – 30,64%

Goiânia –Segundo turno
Maguito Vilella (MDB) – 36,02%
Vanderlan Cardoso (PSD) – 24,67%

Campo Grande – Prefeito eleito em primeiro turno
Marquinhos Trad (PSD) – 52,58%

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado