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Política & Poder

‘Não serei eu que vou cassar os limites políticos do presidente Lula’, diz Haddad

Candidato do PT nas eleições de 2018 evitou falar se vai ou não concorrer na próxima disputa presidencial

Redação Jornal de Brasília

12/02/2021 11h45

Foto: DCI

O ex-prefeito de São Paulo e possível nome do PT para disputar as próximas eleições Fernando Haddad evitou na manhã desta sexta-feira, 12, confirmar que concorrerá à Presidência pelo partido em 2022 e disse que não seria ele a cassar os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nome preferido do partido caso seja autorizado pela Justiça a disputar as eleições.

“Não serei eu que vou cassar os limites políticos do presidente Lula. Vamos deixar claro aqui que estamos em pleno julgamento da parcialidade do (ex-juiz e ex-ministro da Justiça) Sergio Moro”, disse o petista em entrevista à rádio CBN.

Na última semana, conforme mostrou o jornal O Globo, o ex-presidente Lula orientou Haddad a percorrer o Brasil, se apresentando como pré-candidato do PT à Presidência da República para 2022. A avaliação do partido é de que não será possível esperar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que poderia restaurar os direitos políticos a Lula.

Outro objetivo do partido com a andança pelo País é conter a mobilização que o atual presidente Jair Bolsonaro tem realizado, principalmente durante a inauguração de obras nas regiões Norte e Nordeste. “Não podemos esperar que um presidente que não assume o cargo e está em permanente campanha fique sozinho no espaço público falando as atrocidades que ele fala, inclusive propondo coisas que vão contra a saúde pública”, afirmou Haddad

O ex-prefeito de São Paulo afirmou também que o PT não deve deixar de apresentar um candidato à disputa presidencial, ainda que partidos de centro e esquerda defendam a tese de uma candidatura ampla. “Tenho o maior respeito pelo campo progressista, acho que temos de ter muita capacidade de diálogo, mas sempre fui da tese de que esta construção, em um País pluripartidário que tem a cláusula de barreira, é muito difícil os partidos não lutarem pela sua sobrevivência. Para isso (frente ampla), que tem o segundo turno”, afirmou. “Se há divergências programáticas, a gente tem o dever de apresentá-las no primeiro turno”.

Alianças

Sobre alianças, Haddad defendeu a necessidade de “ter clareza em relação à direita que se diz democrática e antibolsonarista” a fim de conter o ímpeto bolsonarista. Nas recentes eleições parlamentares para a presidência de ambas as Casas Legislativas do Congresso, o partido se aliou a nomes da centro-direita e apoiou no Senado o candidato apontado pelo Palácio do Planalto, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e, na Câmara, defendeu a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), desafeto do partido pela posição favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.

“Essa direita que se diz civilizada, que diz que o Bolsonaro é um escândalo, na verdade é tudo a mesma coisa. Falo isso com muita tristeza. Eu tinha a esperança de que esse pessoal, diante do descalabro que está acontecendo – essa agressão à imprensa e aos jornalistas, o Bolsonaro agrediu toda a imprensa brasileira – (fizesse algo). Ninguém fala nada. Ninguém diz nada”, afirmou Haddad. “Nós resolvemos reagir. Vamos defender a democracia. Vamos defender a liberdade de imprensa. Apesar de não termos nenhuma simpatia pela imprensa, vamos defender vocês”, afirmou Haddad durante na entrevista à CBN.

Estadão Conteúdo

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