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Política & Poder

Não se resolvem 40 anos em um ano, diz Cláudio Castro sobre tragédia em Petrópolis

Castro argumentou que essa foi a chuva mais volumosa em décadas e que ela se juntou a problemas estruturais já existentes na região

FolhaPress

16/02/2022 20h17

Foto: Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta (17) que há um déficit histórico na prevenção de desastres no estado e que “não se resolvem 20, 30, 40 anos em um ano” durante entrevista coletiva em Petrópolis.

A cidade da Região Serrana foi atingida por fortes chuvas na tarde desta terça (15), que causaram centenas de deslizamentos e desabamentos e deixaram ao menos 78 mortos e 372 desabrigados ou desalojados, segundo os números mais atualizados.

Castro argumentou que essa foi a chuva mais volumosa em décadas e que ela se juntou a problemas estruturais já existentes na região. Também afirmou que as sirenes da cidade funcionaram, mas acrescentou que muitos se recusam a sair de suas casas em locais de risco.

Questionado sobre o funcionamento de radares meteorológicos comprados em 2014 pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), ele respondeu: “Não chegou esse aviso. Se tivesse chegado com certeza teríamos feito [a evacuação da população]”. E prometeu uma averiguação.

Na segunda-feira (14), um dia antes do desastre, a Defesa Civil municipal recebeu do órgão um alerta de possibilidade de “chuvas isoladas ao longo do dia, podendo deflagrar deslizamentos pontuais, especialmente nas regiões de serra e/ou densamente urbanizadas” na região.

Novamente perguntado sobre a necessidade de prevenção da tragédia, o governador argumentou que isso já vem ocorrendo, mas leva tempo. Ele destacou investimentos e obras de contenção de encostas de um programa apresentado “bem antes da tragédia”.

“Que sirva de lição para que a gente haja de maneira diferente. Já está acontecendo de maneira diferente. A presença de todos os órgãos aqui provam isso”, declarou.

Castro também falou que “a prioridade da prioridade são as pessoas em aluguel social”, que devem receber moradia digna. “O montante já gasto com isso daria para fazer residências. Aluguel social não é uma política pública, é um paliativo. Infelizmente o que era paliativo virou permanente”, afirmou.

Ele disse ainda que já determinou que seja disponibilizado o Cartão Recomeçar, para os moradores possam receber um valor emergencial para comprar móveis e outros itens.

O governador destacou que as buscas não vão parar e que participam dos trabalhos 910 agentes estaduais, sendo 200 policiais civis, 210 policiais militares e 500 bombeiros militares, além de 9 helicópteros e 190 maquinários e veículos.

Algumas prefeituras mandaram funcionários voluntariamente.

Ao seu lado, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), agradeceu a integração entre os órgãos municipais, estaduais e federais e disse que, mesmo com todos os sobrevoos, ainda não se conseguiu ter uma dimensão total da tragédia. “A partir de amanhã vai ser um dia melhor”, afirmou.

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