Menu
Política & Poder

Naime: Abin alertou apenas no dia 8/1 sobre as invasões

Naime está preso desde 7 de fevereiro, alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga envolvidos

Geovanna Bispo

26/06/2023 17h40

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou apenas na manhã do dia do ataque sobre as invasões de prédios públicos à PM.

“O que me causa estranheza é que no dia 8 às 10h da manhã, a Abin informa claramente que estava confirmada uma invasão de prédios públicos. Se essa informação chegou a nível de secretário e comandante geral, eles não tomaram as providências, ou se as inteligências não passaram essas informações. Causa estranheza uma informação tão precisa e o secretário sequer acionou o Gabinete de Crise”, disse o coronel.

Naime decidiu depor à CPMI mesmo após apresentar um atestado médico para não comparecer à sessão e receber o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio em questões que pudessem levar à autoincriminação.

“Ao não informar que havia essas informações, eles cegaram os comandantes que estavam nesse grupo. Cegaram todo o braço operacional. Das duas uma: ou as inteligências não informaram seus chefes, ou tiveram informações às 10h da manhã e não tomaram providência”, completou.

A CPMI investiga os atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, quando um grupo de contrários ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) invadiu e destruiu as sedes do Congresso Nacional e do STF e o Palácio do Planalto.

Naime está preso desde 7 de fevereiro, alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga envolvidos e possíveis financiadores dos atos golpistas.

Amanhã (27), a partir das 9h, será a vez do coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, prestar depoimento. O militar aparece em mensagens periciadas pela PF, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Nas conversas telefônicas reveladas, o coronel pediu a Cid que convencesse o ex-mandatário a dar um golpe de Estado e ordenar uma intervenção militar no Brasil para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 1º de janeiro.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado