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Política & Poder

Ministro de Lula nega consenso científico sobre corte no petróleo para frear crise climática

De acordo com a ONU, para atingir a meta de frear o aquecimento global é essencial que não sejam iniciados projetos de petróleo, carvão e gás

Redação Jornal de Brasília

08/08/2023 18h49

Foto: Banco de imagens

JÉSSICA MAES
BELÉM, PA (FOLHAPRESS)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou o consenso científico em relação à necessidade de impedir novos investimentos em combustíveis fósseis para que seja possível cumprir o Acordo de Paris.

De acordo com o painel climático da ONU (IPCC, na sigla em inglês), para atingir a meta de frear o aquecimento global em, no máximo, 1,5°C é essencial que não sejam iniciados novos projetos de petróleo, carvão e gás. Nesta terça-feira (8), no entanto, Silveira negou o entendimento do órgão, que é a maior referência global em ciência climática.

“Nós temos estudos que apontam, de forma clara e cristalina… que contrapõe exatamente essa posição do IPCC”, disse. Quando questionado sobre qual estudo seria esse, citou a Agência Internacional de Energia -no entanto, a entidade apontou o mesmo que o IPCC.

A declaração foi dada em entrevista coletiva em Belém, na Cúpula da Amazônia, que reúne líderes dos países do bioma.

Mais cedo, na abertura do evento, o presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou que a recusa em abrir mão de combustíveis fósseis é um negacionismo da esquerda. Questionado sobre a declaração, o ministro brasileiro não comentou.

“A posição de um chefe de Estado tem que ser respeitada e, democraticamente, tem que ser debatida. E a partir do documento [final do encontro] é que nós vamos ter o resultado efetivo, e não polarizado com relação a uma declaração isolada.”

Silveira defende a ampliação da exploração petrolífera no Brasil, inclusive na bacia da Foz do Amazonas, onde a Petrobras quer perfurar o fundo do mar para aferir a dimensão das reservas de óleo na região.

A licença para a perfuração foi negada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que vê risco nas atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade socioambiental. A estatal recorreu da decisão, que está sob nova análise do órgão fiscalizador.

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