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Menção a ‘pressentimento’ é frágil para comprometer Bolsonaro, dizem aliados

Integrantes da campanha de Bolsonaro estão em compasso de espera em relação às suspeitas de intervenção em operação

FolhaPress

24/06/2022 19h44

Foto: Agência Brasil

Juliana Braga
Brasília, DF

Integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição estão em compasso de espera em relação às suspeitas de intervenção na operação que mirou o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Em um primeiro momento, a ordem é aguardar o que farão a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia, o MPF (Ministério Público Federal) e a PF (Polícia Federal).

A avaliação é de que o próprio MPF ter solicitado o envio das investigações para o STF não é um bom sinal, porque é como se uma primeira barreira já tivesse sido rompida. O pedido é para que Cármen Lúcia relate a ação, já que já vinha julgado casos relacionados ao escândalo no MEC antes.

Ainda assim, aliados do presidente acreditam que o que já saiu até o momento é fraco para comprometê-lo. Nos áudios das conversas, Milton Ribeiro fala em “pressentimento” e que o presidente “acha” que o ex-ministro poderia ser alvo de uma operação. Na avaliação deles, nada definitivo.

Um dos auxiliares do núcleo duro da campanha acredita que a inflação e a alta dos preços dos combustíveis continuam sendo um problema maior para as eleições em outubro.

Segundo ele, quem está passando fome não está atento a esse tipo de noticiário e, se corrupção fosse da fato um problema, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estaria no patamar que está nas pesquisas.

Um dos sinais seria a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (23), na qual Bolsonaro manteve-se estável mesmo no qual seus auxiliares chamam de pior momento da campanha. A pesquisa foi a campo no mesmo dia da operação contra Milton Ribeiro.

Uma interceptação telefônica feita pela PF sugere que o ex-ministro passou a suspeitar que seria alvo de busca e apreensão após uma conversa com Bolsonaro.

A suspeita de interferência de Bolsonaro e de vazamento da operação Acesso Pago, que prendeu Ribeiro e pastores no caso do balcão de negócios no Ministério da Educação, embasaram a decisão do juiz Renato Borelli desta sexta (24) de enviar o caso para o Supremo Tribunal Federal.

Em conversa em 9 de junho com sua filha, Ribeiro diz que falou com Bolsonaro naquele dia e que ele teria dito estar com “pressentimento” de que iriam atingi-lo por meio da investigação contra o ex-ministro.

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