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Política & Poder

Lula: ‘não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado’ na guerra Ucrânia-Rússia

“Ninguém pode ter dúvida que nós brasileiros condenamos a violação territorial que a Rússia fez contra a Ucrânia”, disse o petista

Redação Jornal de Brasília

26/04/2023 11h23

Foto: AFP

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticado pelos países ocidentais, que consideram tímida sua posição a respeito de Moscou, insistiu nesta quarta-feira (26) em Madri que Rússia e Ucrânia têm que negociar a paz e “não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado” na guerra entre os dois países.

“Ninguém pode ter dúvida que nós brasileiros condenamos a violação territorial que a Rússia fez contra a Ucrânia. O erro aconteceu e a guerra começou”, afirmou Lula em uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, durante uma visita de dois dias à Espanha.

Porém, em seguida, ele acrescentou: “Agora não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado. O que precisa é fazer a guerra parar”.

“Eu acho que não tem ninguém falando em paz no mundo. Não tem ninguém falando em paz a não ser eu, que estou gritando paz como se tivesse isolado no deserto”.

Sánchez, no entanto, afirmou que é necessário recordar que o conflito começou com a invasão russa, em fevereiro de 2022.

“É importante que todos nos envolvamos para acabar com a guerra”, afirmou Sánchez, mas “sem esquecer que nesta guerra há um agressor e há um agredido: o agressor é (o presidente russo Vladimir) Putin e o agredido, neste caso, é um povo que a única coisa que faz é lutar pela integridade territorial, por sua soberania nacional e por sua liberdade”.

Lula entrou em uma divergência com várias potências depois de – após uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping – acusar o governo dos Estados Unidos de “incentivar a guerra” na Ucrânia e pedir à UE para “começar a a falar de paz”.

Antes, ele declarou que as responsabilidades da guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 são compartilhadas entre os dois países.

O governo dos Estados Unidos não demorou a acusar a Lula de repetir a “propaganda russa e chinesa, sem levar em consideração os fatos”. O governo da Ucrânia o convidou a visitar o país para “compreender as causas reais e a essência” da guerra.

© Agence France-Presse

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