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Política & Poder

Lula e Bolsonaro encerram campanha entre buzinas e palavras de ordem

Favorito nas pesquisas, Lula, de 76 anos, liderou uma “marcha da vitória” sobre um veículo que passou por uma via próxima à Avenida Paulista

Jornal de Brasília

01/10/2022 16h20

Foto: Ricardo Stuckert

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro mobilizaram milhares de apoiadores neste sábado (1º) em São Paulo, a maior cidade do Brasil, antes de medir forças no domingo no primeiro turno das eleições presidenciais.

Favorito nas pesquisas, Lula, de 76 anos, liderou uma “marcha da vitória” sobre um veículo que passou por uma via próxima à Avenida Paulista, palco das grandes manifestações da metrópole.

O ex-presidente foi acompanhado por milhares de pessoas que agitavam bandeiras coloridas de centrais sindicais, grupos LGBTI, negros e feministas, mas principalmente as vermelhas de seu Partido dos Trabalhadores (PT).

“Brasil, urgente, Lula presidente!” e “Jair, hora de sair!”, gritavam os primeiros manifestantes que se reuniram no ato do candidato de esquerda, esperançosos na vitória no primeiro turno.

“Tenho esperança que isso aconteça”, disse Ully Kotler, uma professora de 29 anos. “O resumo do governo Bolsonaro? Uma tragédia completa.”

A cinco quilômetros da Paulista, Bolsonaro, de 67 anos, de casaco preto e sem capacete, liderou uma motociata até o Parque Ibirapuera, para um comício com seus apoiadores. Ao longo da avenida, simpatizantes com a camisa verde e amarela o aplaudiam e pediam selfies com o presidente.

“Lula ladrão, seu lugar é na prisão!”, gritavam os bolsonaristas, enquanto o presidente carregava uma bola com uma foto de seu rival atrás das grades.

As propagandas em rádio e televisão estão proibidas desde quinta-feira, mas os eventos presenciais e a distribuição de material eleitoral estão permitidos até este sábado à noite.

Bolsonaro percorreu várias cidades do país de moto com seus apoiadores. Sua equipe de campanha espera uma manifestação barulhenta neste sábado para dar um último impulso ao ex-capitão do Exército, que depois partirá para Santa Catarina, para um último ato que encerrará um mês e meio de campanha.

“Tenho medo de entrar na esquerda sul-americana e que acabemos como Argentina, Chile ou Venezuela”, afirmou Rodrigo Colombine, um comerciante de 47 anos que acompanhou o ato em São Paulo. “Gosto de Bolsonaro, mas acima de tudo sou anti-Lula.”

O presidente recebeu neste sábado o apoio de representantes da extrema direita mundial, em especial do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que o classificou como um “líder excepcional”.

Últimas horas “tensas”

Neste sábado também espera-se a publicação da última pesquisa do Instituto Datafolha, que na quinta-feira estimou que Lula estaria à frente com uma ampla vantagem de 14 pontos sobre Bolsonaro, 48% a 34%.

Para obter um terceiro mandato já no domingo, o ex-presidente (2003-2010) precisa de pelo menos 50% dos votos válidos (sem nulos e brancos).

Na pesquisa de quinta-feira, Lula aparecia justamente com 50% desses votos. A margem de erro é de mais ou menos dois pontos percentuais, o que gera incerteza sobre a possibilidade de um segundo turno, previsto para 30 de outubro.

As últimas horas da campanha “serão muito tensas, todo o mundo vai observar os mínimos detalhes que possam mover a agulha para um lado ou para o outro”, disse à AFP Jairo Nicolau, cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

As zonas eleitorais abrem às 8h00 e fecham às 17h00 (horário de Brasília) no domingo e os resultados serão anunciados no final do dia.

Na semana passada, o chefe de Estado, que questionou repetidamente o sistema de urnas eletrônicas no Brasil sem provas, afirmou que haveria algo de “anormal” se não obtivesse pelo menos 60% dos votos no primeiro turno.

“Vamos todos votar com Paz, Segurança e Harmonia; Respeito e Liberdade; Consciência e Responsabilidade”, escreveu no Twitter o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

rsr/app/lbc/aa/ic

© Agence France-Presse

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