Menu
Política & Poder

Lula diz que recebe um Brasil ‘em situação de penúria’ ao anunciar novos ministros

Alckmin detalhou um “enorme retrocesso” na educação, com redução do aprendizado e aumento da evasão escolar, mas também na saúde

Redação Jornal de Brasília

22/12/2022 18h47

Foto: Divulgação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta quinta-feira novos integrantes do seu gabinete e afirmou que receberá em 1° de janeiro um país “em situação de penúria”, após quatro anos de governo Bolsonaro. 

“Recebemos este governo numa situação de penúria, em que as coisas mais simples não foram feitas. De forma irresponsável, o presidente preferiu contar mentiras no ‘cercadinho’ do que governar esse país”, disse Lula, de 77 anos. 

Ao apresentar as conclusões da equipe de transição, o futuro vice-presidente, Geraldo Alckmin, detalhou um “enorme retrocesso” na educação, com redução do aprendizado e aumento da evasão escolar, mas também na saúde, com queda na vacinação e alto índice de mortes por covid-19, que matou mais de 690 mil brasileiros.

Alckmin também apresentou um balanço desolador sobre a cultura, agricultura, infraestrutura e o meio ambiente, no qual detalhou um aumento de quase 60% do desmatamento na Amazônia. “Houve um desmonte do Estado brasileiro”, afirmou, prevendo que Lula terá “uma tarefa hercúlea” em seus quatro anos de mandato.

Lula, presidente por dois mandatos consecutivos, entre 2003 e 2010, anunciou 16 novos nomes para seu gabinete, que ao todo terá 37 Ministérios, contra os 23 atuais. Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, que teve um papel importante na luta contra a Covid, será a primeira mulher no comando da pasta da Saúde.

Anielle Franco na Igualdade Racial

O Ministério da Mulher será conduzido por Cida Gonçalves, que ocupou cargos nos governos de Lula e Dilma Rousseff (2011-2016). Para a Igualdade Racial foi nomeada Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco, que se tornou um símbolo da luta contra o racismo e a violência policial.

A cantora Margareth Menezes foi confirmada à frente do Ministério da Cultura, que havia sido rebaixado à categoria de Secretaria no governo Bolsonaro.

Ao revelar os primeiros nomes de seu gabinete, no começo de dezembro, Lula prometeu que se esforçaria para que seu governo tivesse “a cara da sociedade brasileira”, e disse que chegaria “um momento” em que seu gabinete teria “mais mulheres do que homens” e “muitos afrodescendentes”.

Quatro dos ministros anunciados nesta quinta-feira são negros ou pardos, a maioria entre os 215 milhões de brasileiros. Entre as 21 pastas anunciadas até o momento, seis serão comandadas por mulheres, ou 29% do total.

Vários dos novos nomes são figuras do Partido dos Trabalhadores (PT), como Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social, pasta à frente do Bolsa Família). Este último cargo era cobiçado pela senadora de centro Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, antes de apoiar Lula no segundo, segundo a imprensa.

Geraldo Alckmin também será ministro de Indústria e Comércio. Lula informou que outros nomes serão anunciados nos próximos dias, enquanto continuam as negociações entre o PT e seus aliados, a 10 dias da posse. Entre os cargos que ainda não foram divulgados e geram grandes expectativas estão os futuros titulares das pastas de Meio Ambiente e Povos Originários. 

O presidente eleito já havia anunciado há duas semanas os futuros ministros de Justiça e Segurança Pública, Relações Exteriores, Casa Civil e Fazenda, para a qual foi designado o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado