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Política & Poder

Luis Miranda demonstra decepção com Bolsonaro: “Essa é a recompensa?”

Deputado externou que tentou avisar ao presidente uma possível irregularidade na compra da Covaxin; secretário-geral atacou Miranda após o caso

Willian Matos

24/06/2021 9h33

Após externar para a mídia que tentou alertar o presidente Jair Bolsonaro de que a compra da vacina Covaxin estaria ocorrendo com um valor 1000% acima do determinado pela fabricante, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) demonstrou decepção com Bolsonaro. Na visão do parlamentar, o presidente estaria permitindo ataques contra ele.

“Presidente Jair Bolsonaro, você fala tanto em Deus e permite que eu e meu irmão sejamos atacados por tentarmos ajudar o seu governo, denunciando para o Sr. indícios de corrupção em um contrato do Ministério da Saúde! Sempre te defendi e essa é a recompensa?”, indagou Luis Miranda, pelo Twitter, na madrugada desta quinta-feira (24).

“Diga a verdade, presidente, que de fato estivemos com o senhor dia 20 de março e denunciamos uma irregularidade na aquisição da Covaxin e que o senhor deu o devido tratamento ao caso”, prosseguiu Miranda. Nesta reunião, Bolsonaro teria entendido que poderia haver algo errado e prometido informar ao diretor-geral da Polícia Federal ainda naquele dia.

Ameaças de Onyx

Luis Miranda deu entrevistas falando sobre o caso na quarta (23). Mais tarde, o secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, acusou o deputado de mentir e deu declarações em tom de ameaça.

“Deputado Luís Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, mas com a gente também. E vem mais. O senhor vai explicar e pagar pela irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, disse Onyx.

A CPI da Pandemia ouvirá Luis Miranda e o irmão nesta sexta-feira (24). O deputado promete mostrar provas de que a negociação foi irregular e que tentou avisar os membros do alto escalão do governo.

Ainda sobre a CPI, o senador Humberto Costa (PT-PE) protocolou, na quarta-feira (24), um requerimento pedindo a convocação de Onyx. Se aprovada a solicitação, o secretário-geral prestaria depoimento como testemunha.

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