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Política & Poder

Lobista ligado a Renan Calheiros foi alvo da 35ª fase da Lava Jato

Agência Estado

26/09/2016 17h45

Atualizada

O lobista Milton de Oliveira Lyra Filho, ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi alvo de condução coercitiva e buscas e apreensões nesta segunda-feira, 26, alvo da 35ª fase da Operação Lava Jato, que levou para AA cadeia o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), nos governo Lula e Dilma Rousseff.<p><p>A Operação Omertà, nome da 35ª fase, identificou relações de Lyra com recebedores de propinas da Odebrecht, identificados nas planilhas do Setor de Operações Estruturas da empreiteira – o "departamento da propina". Um dos episódios ocorreu em 2010, em São Paulo, em que o endereço de recebimento era o de Luiz Gustavo Machado. "Em uma dessas oportunidades terminal telefônico de Milton Lyra foi fornecido como contato para o Setor de Operações Estruturadas", registrou o delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace.<p><p>Milton de Oliveira Lyra Filho é um empresário conhecido em Brasília. Há alguns anos, comanda o empreendimento comercial Meu Amigo Pet, uma rede de produtos para animais de estimação que atua na internet e também com lojas físicas. Bem relacionado com vários políticos, Milton aproximou-se do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), há cerca de 10 anos. Já trabalhou também com o usineiro e ex-deputado João Lyra – eleito em 2010 pela última vez pelo PTB de Alagoas, mas depois filiou-se ao PSD.<p><p><b>Investigado</b><p><p>Milton Lyra também aparece em delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, por Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Ele afirmou que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM). Além de Lyra foi citado Lúcio Bolonha Funaro.<p><p>Milton Lyra afirmava agir em nome dos senadores "da bancada do PMDB" que teriam sido destinatários da maior parte da propina, afirmou o delator.<p>Em outra frente de apurações, que apura desvios nos fundos de pensão, ele é investigado por aparecer como operador de duas empresas que captaram R$ 570 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios.<p><p>O lobista é beneficiário da offshore Venilson Corp, aberta em fevereiro de 2013 no Panamá, segundo revelaram os documentos do Panama Papers. A empresa foi usada para abrir uma conta numa agência do banco UBS na Alemanha. A instituição bancária encerrou as relações com o brasileiro cerca de dois meses depois, quando houve uma tentativa de movimentar uma alta quantia pela conta sem que estivesse esclarecida a origem do dinheiro.<p> <p>A notoriedade de Milton aumentou no final de 2015, quando o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) foi preso numa das fases da Operação Lava Jato. Um bilhete apreendido na casa de Diogo Ferreira, então chefe de gabinete de Delcídio, falava de uma suposta propina de R$ 45 milhões. Milton Lyra é citado nesse contexto nas mesmas anotações – e nega qualquer tipo de conexão com essa história. <br /><br /><b>Fonte: </b>Estadao Conteudo

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