Um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (25), é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, que é primo de três dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No dia 8 de janeiro de 2023, Léo Índio chegou a postar fotos de camisa verde e amarela no teto do Congresso, nos atos de invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes.
O alvo da PF é sobrinho de Rogéria Nantes Braga, primeira esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo. Ele é mais próximo de Carlos, que já tentou conseguir um cargo para o primo em 2019, logo após a posse do pai, e com quem já dividiu casa.
No dia 27 de janeiro, no começo da Operação Lesa Pátria, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão contra Léo, pela foto que o mesmo postou no dia 8/1, no Congresso. Ele editou a legenda e atribuiu à esquerda a destruição dos prédios, apesar de não existir evidências de infiltrados.
“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu ele.
Vida política
Morador do Rio de Janeiro, Léo veio para Brasília em janeiro de 2019, assim que Jair Bolsonaro foi empossado, e logo em seguida, Carlos Bolsonaro tentou um cargo para o primo na Secretaria de Governo. Na época, o general Santos Cruz, então titular da pasta, não aceitou contratá-lo.
Mas não demorou a conseguir outra vaga. Em abril, Léo Índio foi nomeado assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário bruto de R$ 22.943,73.
Ele permaneceu no cargo até outubro de 2020, quando foi alvo da PF em investigação sobre desvios de dinheiro da Saúde na época da pandemia. Na ocasião, ele foi flagrado com R$ 30 mil na cueca. Léo foi orientado a pedir exoneração e permanecer em silêncio para que sua imagem não fosse ainda mais atrelada ao escândalo.
Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 2021, Léo ocupou um cargo de auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado, com salário de R$ 5.735,93. Ele foi exonerado do cargo em seis meses, após a jornalista Juliana Dal Piva revelar que ele era funcionário fantasma.
Sem cargos comissionados, ele tentou a eleição como deputado distrital em 2022, mas recebeu apenas 1.801 votos. Na ocasião, ele foi às urnas como Léo Índio Bolsonaro.