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Política & Poder

Kataguiri se opõe a Nunes para ser ‘o nome da direita’ em SP

Apesar de a sigla do líder do Movimento Brasil Livre (MBL) estar na Esplanada dos Ministérios, o deputado avoca o rótulo de candidato da direita

Redação Jornal de Brasília

09/10/2023 21h21

Foto: Reprodução

São Paulo, 09 – O deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos cotados para disputar a Prefeitura de São Paulo no próximo ano, tenta se opor ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição e pode ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de a sigla do líder do Movimento Brasil Livre (MBL) estar na Esplanada dos Ministérios, o deputado avoca o rótulo de candidato da direita e rejeita um eventual apoio do ex-presidente.

Para ele, Nunes “está fazendo um esforço monumental para tentar ter os votos da direita, mesmo não representando esses valores”. “Não precisamos ficar reféns de uma candidatura de centro”, disse Kataguiri. No começo de junho, ele venceu as prévias do MBL com um placar apertado: obteve 56,1% dos votos, deixando para trás o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP). O deputado afirmou que a sigla é “plural”, mas sua candidatura será de direita.

O MBL, movimento do qual Kataguiri é líder, rompeu com o bolsonarismo nos primeiros anos do governo passado, depois de fazer campanha para o ex-presidente. Nunes e Bolsonaro têm se encontrado em São Paulo, e o PL tenta atrair o atual prefeito para uma aliança. No entanto, a relação entre os dois ficou fragilizada depois de o prefeito dizer em uma palestra que “não é próximo” nem de Bolsonaro nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa Datafolha da última semana de agosto mostrava Nunes em segundo lugar, com 24% das intenções de voto. À frente vinha o deputado Guilherme Boulos (PSOL), com 32%. Kataguiri tinha 8%.

Padrinho

Questionado sobre a possibilidade de receber apoio do ex-presidente, o deputado respondeu: “Bolsonaro já tem candidato Meu foco não é ter padrinho político, é ter o melhor plano para São Paulo”. Além de Nunes, o PL aposta na candidatura do ex-ministro e hoje senador Marcos Pontes, que foi apresentado por Valdemar Costa Neto, que comanda a sigla, como pré-candidato, em eventos de filiação no interior paulista.

No fim de setembro, Kataguiri esteve em um workshop do União Brasil sobre violência contra mulheres. Chamado de “Defesa Lilás”, o evento busca ensinar parlamentares e potenciais líderes sobre como lidar com violência de gênero. Ele e Antonio de Rueda, vice-presidente da sigla, foram os únicos homens a discursar. A agenda demonstra uma tentativa do União Brasil de avançar em uma pauta típica da esquerda, que é o combate à violência contra a mulher. Entre políticos de direita, a abordagem do assunto é mais incipiente.

Kataguiri negou que a ida ao evento possa sinalizar um peso maior às pautas identitárias na sua campanha. “Apesar dos discursos, o que de fato se defende no campo da direita são os direitos e as garantias fundamentais individuais”, declarou o deputado.

Estadão Conteúdo

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