O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) autorizou a quebra dos sigilos bancários do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
O pedido, feito pelo Ministério Público do Rio, foi autorizado no dia 24 de abril e mantido em sigilo até este momento. A decisão é de autoria do juiz Flávio Nicolau, que afirmou, no documento, que o afastamento é “importante para a instrução do procedimento investigatório criminal” instaurado contra os investigados.
A medida se estende não só a Flávio Bolsonaro, Queiroz, seus respectivos familiares e empresa, mas também a outros 88 ex-funcionários do gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual, seus familiares e empresas relacionadas a esses empregados.
Na lista de ex-funcionários de Flávio que terão o sigilo quebrado constam Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelo MPRJ como miliciano e um dos líderes do Escritório do Crime, organização suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol), executada em março do ano passado. Foragido, o ex-policial é acusado de participação em vários homicídios, registrados em 10 anos. Adriano já foi homenageado por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Também tiveram os sigilos afastados três empresários norte-americanos: Glenn Howard Dillard, Paul Daniel Maitino e Charles Anthony Eldering. Eles são donos de duas empresas ligadas ao ramo imobiliário, a Linear Enterprises, com sede no Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, e Realest, localizada no centro da capital fluminense.
Acusação ao MP
O senador disse neste domingo (12), em entrevista ao Estadão, que o Ministério Público do Rio de Janeiro está preparando uma manobra para dar “verniz de legalidade” à investigação da qual é alvo. Segundo ele, é por isso que os promotores correm agora para conseguir da Justiça a quebra de seu sigilo bancário e fiscal.
“Para que esse pedido, se meu extrato já apareceu na televisão? Eles querem requentar uma informação que conseguiram de forma ilegal”, disse. “Não tem outro caminho para a investigação a não ser ela ser arquivada – e eles sabem disso.”
O Ministério Público reagiu, repudiando as declarações do agora senador.
De acordo com o Jornal O Globo, com informações confirmadas pelo Jornal de Brasília.