O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse na tarde desta quarta-feira, 11, que votará pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele ponderou que, apesar da decisão, o Senado ainda precisará se debruçar sobre o mérito da denúncia que pede a perda de mandato da petista.
“Falta muito ainda para votarmos o impeachment ou não. Mas, quanto à admissibilidade, eu creio que o Brasil quer, o Brasil precisa”, disse. O parlamentar, que foi o 16º a falar no plenário, afirmou que seu voto levou em conta a incompetência do governo para conduzir a economia, a corrupção, os crimes de responsabilidade, além do que chamou de “estelionato eleitoral”.
Para o senador, há indícios de que atos tratados na denúncia foram deliberados e intencionais. “Esse é um voto para que o Brasil seja passado a limpo”, disse.
Cristovam criticou ainda o slogan adotado pelo governo Dilma. “Criamos um falso slogan da ‘Pátria Educadora’, fizemos consumidores, e não cidadãos”, afirmou.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), 15ª inscrita na lista de oradores, foi mais uma a se posicionar a favor da admissibilidade do processo de impeachment. Ela afirmou que hoje o Brasil vive uma paralisia. “Vivemos uma ingerência de poderes, um poder tentando atropelar o outro, como aconteceu com o presidente interino da Câmara”, disse numa referência a Waldir Maranhão (PP-MA), que chegou a suspender a sessão realizada pela Câmara sobre o processo contra a presidente.
A senadora afirmou que o processo de impeachment não é golpe e sim democracia. “Venho com uma posição de que temos que seguir com a admissibilidade desse processo”, frisou.
Ela disse ainda que houve uma fraude fiscal e eleitoral e ressaltou a maquiagem que aconteceu nas contas públicas e criticou as chamadas “pedaladas fiscais”.
“Não resta nenhuma dúvida com base no relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) do descumprimento da Constituição”, disse o senador Dário Berger (PMDB-SC), também favorável ao processo.
Berger foi mais um a criticar a situação política e econômica do País e destacou que o governo ofendeu a população e que ninguém está acima das leis. “A presidente não possui mais as mínimas condições de governabilidade”, afirmou.
O senador avaliou ainda que “como está, não podemos ficar” e ressaltou que não há como ficar indiferente à tudo que está acontecendo na vida política do País. “A vida nos cobra uma atitude, coragem e responsabilidade”, destacou.
“Não estou fazendo o que estou fazendo por prazer, estou fazendo com absoluta tristeza, queria que o Brasil tivesse em outra situação, mas não é o que nós observamos no momento”, disse Berger.