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Política & Poder

Governo reage à CPI com dados sobre combate aos Sanguessugas

Arquivo Geral

26/07/2006 0h00

Numa reação às denúncias da CPI dos Sanguessugas que envolveram o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe, sick medical o governo federal divulgou hoje dados que comprovariam uma ação consistente de combate ao crime organizado. A CPI já listou 90 parlamentares suspeitos de desviar verbas da Saúde.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, convocaram uma entrevista na qual apresentaram uma lista que mostra que dos 591 municípios sob suspeita de participarem das fraudes, 235 são comandados pelo PSDB (128) e PFL (107), principais legendas de oposição.

"Não se trata de jogar (a responsabilidade) no colo de ninguém. É para anunciar o esforço que temos feito desde 2003 para combater o crime organizado de maneira articulada e organizada", disse Bastos.

Os ministros também divulgaram levantamentos que mostram diminuição da atuação da empresa acusada de ser a pivô do esquema dos Sanguessugas, a Planam, a partir do início do governo Lula.

Conforme os dados do governo, em 2002, dos 615 convênios firmados com municípios para a compra de equipamentos de saúde, 317 foram celebrados por meio da Planam, o que representa 51,54 por cento do total. Em 2003, dos 570 convênios feitos com as prefeituras, 139 contaram com a participação da empresa acusada, ou 24,39 por cento.

Na terça-feira, a CPI dos Sanguessugas apresentou um relação com os nomes de 33 parlamentares de diversos partidos sob investigação de envolvimento nos desvios. Dentre eles, estão dois petistas –o deputado federal João Grandão (MS) e a senadora Serys Slhessarenko (MT), além do ex-ministro Saraiva Felipe, que é deputado (PMDB-MG). Todos negam envolvimento em irregularidades. Outros 57 já estão sob a investigação por determinação do Supremo Tribunal Federal.

"Não podemos afirmar que todos são envolvidos, mas não cabe à CGU investigar parlamentares", disse Hage. "Entendemos que é um dever de transparência. Por que o governo que teve a iniciativa de investigar vai se tornar, agora, réu?", indagou o controlador-geral. "Vamos mostrar os dados objetivos escancaradamente."

A entrevista de Bastos e Hage acabou ganhando o tom de reação ao ato da CPI, que conta com uma atuação forte de oposicionistas. Na visão de integrantes do governo, eles estariam tentando atrelar o escândalo à imagem de Lula para prejudicá-lo em sua tentativa de reeleição.

"Não fiz críticas à CPI. Me referi a vazamentos seletivos. Vejo vazamentos de trechos (das investigações) que interesssam a determinados partidos", afirmou Bastos.

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