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Política & Poder

Gestão Ricardo Nunes lança edital de R$ 60 milhões para reformar Minhocão

Segundo a prefeitura, a ideia é retomar a integridade do viaduto e prolongar sua vida útil

Redação Jornal de Brasília

08/09/2023 20h36

Prefeito de São Paulo Ricardo Nunes – Foto: Agência Brasil

LEONARDO ZVARICK
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A gestão Ricardo Nunes (MDB) publicou na semana passada um edital de licitação para reformar o elevado Presidente João Goulart. O Minhocão, como é conhecido, liga o centro à zona oeste paulistana.

A reforma prevê a recuperação de estruturas de concreto, tratamento de fissuras e outras ações de recuperação do viaduto, que tem 2,5 km de extensão e sete acessos para veículos. O custo total é estimado em R$ 60 milhões, que serão pagos com recursos do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano).

Segundo a prefeitura, a ideia é retomar a integridade do viaduto e prolongar sua vida útil. Inaugurado em 1971, o Minhocão nunca passou por reforma dessa proporção, e a deterioração é visível em rachaduras e marcas de infiltrações.

Os problemas na estrutura do viaduto foram identificados em inspeção realizada pela SPObras (empresa pública municipal). Só o desenvolvimento do projeto de reforma custou R$ 1,1 milhão aos cofres da capital.

A abertura dos envelopes com propostas de empresas interessadas em assumir a reforma está marcada para o dia 20 deste mês. A vencedora da concorrência terá 18 meses para entrega da obra a partir da emissão da ordem de serviço -ou seja, os reparos só devem ficar prontos em 2025.

Quando estiverem em andamento, as obras devem ter impacto no trânsito da região, com possibilidade de interdições, por exemplo, nas avenidas São João e General Olímpio da Silveira e na rua Amaral Gurgel.

Para atenuar os impactos nas vias da região, a prefeitura disse que os serviços serão programados preferencialmente para horários de menor tráfego, inclusive aos fins de semana, em planejamento conjunto com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Não há, por enquanto, definição de onde serão instalados os canteiros de obra. Mas, de acordo com a prefeitura, a área sob o viaduto deverá estar desocupada “por questões de segurança”.

Atualmente, a parte de baixo do Minhocão é ocupada de ponta a ponta por pessoas sem-teto, que usam a estrutura de concreto armado como abrigo do sol e da chuva. Questionada, a administração municipal disse que o plano para desocupação da área embaixo do viaduto será “cuidadosamente definido pelos órgãos competentes envolvidos”.

A reforma também pode implicar alterações nas atividades oferecidas no elevado aos fins de semana, quando a pista fica liberada para uso de pedestres e ciclistas. Escadas utilizadas como acesso por pedestres poderão ser temporariamente remanejados caso seja necessário.

Segundo a gestão Nunes (MDB), a ação faz parte de um programa de reforma e manutenção de pontes e viadutos que terá investimento total de R$ 1,64 bilhão. As obras com maior custo são as reformas, já em andamento, das pontes das Bandeiras (R$ 79,7 milhões), na região do Bom Retiro, e Engenheiro Roberto Zuccolo (R$ 72,9 milhões), no Itaim Bibi.

O atual Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo prevê a desativação completa do elevado João Goulart enquanto via de tráfego até 2029, e define que sua estrutura deve ser demolida ou transformada em parque.

Em fevereiro de 2018, uma lei municipal criou o parque Minhocão e estabeleceu que a prefeitura deveria apresentar um projeto de intervenção urbana em 720 dias, mas o plano não avançou desde dezembro de 2021.

Em consulta pública realizada em 2019 sobre o futuro do elevado, 47% dos participantes se posicionaram a favor do desmonte da estrutura, 39% defenderam a manutenção de sua função original e 14% foram favoráveis à implantação de um parque.

De acordo com a prefeitura, 97 mil veículos circulam diariamente pelo viaduto, que passa por bairros como Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Buarque.

A Secretaria de Mobilidade e Trânsito estuda a possibilidade de se construir um túnel com traçado paralelo ao elevado, permitindo assim a sua desativação.

Desde que foi inaugurado, o Minhocão é alvo de polêmica. Em 1976, a estrutura passou a ser fechada de 0h à 5h, para diminuir os acidentes e incômodo à vizinhança. Hoje, a circulação de veículos é permitida entre 7h e 20h, de segunda a sexta-feira.

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