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Política & Poder

Gabriel Souza, do MDB, promete resistir a acordo com PSDB no RS

A sabatina foi conduzida pelo colunista do UOL Kennedy Alencar e pelos jornalistas Tales Faria, do UOL, e Alexa Salomão, da Folha

FolhaPress

15/06/2022 18h32

Foto: Vvale

Caue Fonseca
Porto Alegre, RS

O pré-candidato do MDB, Gabriel Souza, promete resistir aos múltiplos sinais de que seu partido fará uma aliança com o ex-governador Eduardo Leite, do PSDB, no Rio Grande do Sul. Além de citar o protagonismo o partido na história recente do estado, Souza pede que a decisão local do MDB seja respeitada.

A declaração foi feita nesta quarta-feira (15) durante a sabatina Folha/UOL com pré-candidatos ao governo do Rio Grande do Sul.

“Em português claro: sou pré-candidato a governador e pretendo continuar sendo. Sempre ouvi que quem vai decidir o futuro da pré-candidatura é o MDB do Rio Grande do Sul, que governou o estado em quatro dos 10 últimos mandatos. Se isso for verdade, pode ter certeza que ele [o partido] vai manter a candidatura até o final para vencer e governar”, declara o emedebista, que é deputado estadual.

Para ser candidato, Souza venceu internamente alas do partido que preferiam lançar ao cargo o deputado federal Alceu Moreira, o ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer ou o ex-governador José Ivo Sartori.

O emedebista tinha a esperança de se apontado por Leite como seu sucessor, tendo em vista que o ex-governador afirmava que não concorreria à reeleição.

“Eu não costumo comentar decisões de outros partidos políticos. O que eu vou dizer é que eu vi o mesmo que os gaúchos [que Leite não concorreria à reeleição] e que eu seria um bom nome para sucedê-lo tanto tecnicamente quanto politicamente”, declara Souza.

Antes mesmo de Leite retornar à disputa, Souza vinha sendo pressionado pelo MDB nacional -na figura do presidente, o deputado federal Baleia Rossi (SP) -a “avançar nas discussões com o PSDB com vistas à formação de uma aliança estadual e nacional”.

Souza manteve a pré-candidatura mesmo após a aliança nacional entre PSDB e MDB em torno de Simone Tebet (MDB), divulgada na semana passada. Em troca do apoio do PSDB a Tebet, o MDB negociou alianças com a sigla em Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Na segunda-feira (13), houve novo abalo com o gesto de Leite de voltar a concorrer. No discurso em que admitiu nova candidatura ao Palácio Piratini, o ex-governador mencionou MDB e PP como partidos que poderiam ocupar o posto de vice, embora ambos tenham seus pré-candidatos.

Sobre o desempenho modesto em pesquisas até agora, Souza argumenta que o eleitorado gaúcho tem tradição em romper polarizações.

“Germano Rigotto (MDB), Yeda Crusius (PSDB), José Ivo Sartori (MDB) e o próprio Eduardo Leite tinham percentuais semelhantes ao meu nessa época do ano. Diferentemente da eleição nacional, 84% dos gaúchos, conforme as pesquisas, ainda não pararam para conhecer e escolher seus candidatos”, declara Souza.

Como ex-presidente da Assembleia e deputado estadual, Souza defende a adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal, que vem sendo criticado tanto por candidatos da esquerda quanto da direita. Ele discorda do argumento de que o estado estaria economizando recursos ao não pagar a dívida amparado por uma liminar.

“O estado obteve uma liminar que justifica o não pagamento justamente por estar negociando a adesão ao regime de recuperação fiscal. Se ela cai, o governo passa a pagar imediatamente uma parcela de R$ 6 bilhões. Ao aprovar a parcela de R$ 2 bilhões, economizamos R$ 4 bi”, aponta.

Souza é natural de Tramandaí, é médico veterinário, tem 38 anos, e está no segundo mandato como deputado pelo MDB. Ele foi líder do governo Sartori até 2018 e presidente da Assembleia em 2021.

O emedebista foi o quinto pré-candidato ao Governo do RS entrevistado da série de sabatinas promovida pela Folha e pelo UOL. Antes dele, Edegar Pretto (PT), Vieira da Cunha (PDT), Luis Carlos Heinze (PP) e Beto Albuquerque (PSB) foram entrevistados.

Na segunda-feira (20), fecham a série o ex-ministro e deputado federal Onyx Lorenzoni (PL), às 10h, e o ex-governador Eduardo Leite, às 16h.

A sabatina foi conduzida pelo colunista do UOL Kennedy Alencar e pelos jornalistas Tales Faria, do UOL, e Alexa Salomão, da Folha de S.Paulo.

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