Menu
Política & Poder

Futura ministra da Saúde discutirá com OMS avanço da Covid na China

Em declaração à imprensa, a futura ministra disse que o cenário da Covid não é de “descontrole”. “Mas tudo em termos de pandemia tem de ser dito com muito cuidado”

FolhaPress

29/12/2022 19h34

People wearing protective masks walk at El Prat airport in Barcelona on March 16, 2020. – After the COVID-19 pandemic began in China late last year, Europe in recent weeks emerged as the biggest flashpoint and the death toll on the continent surged over the weekend. Spain and France registered 183 and 29 new deaths respectively yesterday, their worst one-day tolls. (Photo by Pau Barrena / AFP)

Mateus Vargas
Brasília, DF

Futura ministra da Saúde, Nísia Trindade disse nesta quinta-feira (29) que vai se reunir com a OMS (Organização Mundial da Saúde) para avaliar o avanço da Covid-19 na China.

Nísia afirmou que é preciso observar se o aumento de casos é resultado de variantes do novo coronavírus ou reflexo das dificuldades do país para vacinar a sua população.

Ela afirmou que o futuro governo ainda vai avaliar “se é o caso de revisão da emergência sanitária”. “A emergência não significa necessariamente uma situação mais aguda, mas situação de cuidados permanentes.”

O governo Jair Bolsonaro (PL) assinou em abril o fim da emergência sanitária provocada pela Covid. A medida, criticada à época por gestores do SUS, foi uma forma de o governo tentar contornar críticas e reforçar o discurso de que venceu a pandemia.

Em declaração à imprensa, a futura ministra disse que o cenário da Covid não é de “descontrole”. “Mas tudo em termos de pandemia tem de ser dito com muito cuidado”, disse.

Para ela, a China foi “bem-sucedida” para conter a transmissão da Covid, mas não apresentou o mesmo resultado para ampliar a imunização.

Nísia disse que vai reforçar comitês do SUS sobre imunização e o comitê científico para análise da pandemia. Ela reafirmou que uma prioridade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é retomar as coberturas vacinais, e disse que a Saúde vai se “contrapor às fake news”.

A futura ministra disse que o país não pode “esquecer” as políticas públicas recentes da Saúde que levaram a “retrocessos”.
Nísia disse que irá anunciar a composição de sua equipe em 2 de janeiro. Ela confirmou que Swedenberger do Nascimento Barbosa, hoje professor da Fiocruz, será o secretário-executivo da Saúde.

Também confirmou que será criada a Secretaria da Saúde Digital. A pasta deve ser comandada pela professora e ex-primeira-dama de São Paulo Ana Estela Haddad.

O próximo governo ainda vai criar um departamento específico para o Programa Nacional de Imunizações.

Integrantes do grupo de trabalho sobre a saúde na transição de governo apresentaram nesta quinta-feira (29) os principais pontos de seu relatório final.

Ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro disse que o grupo teve dificuldade para acessar informações do ministério, e precisou recorrer a dados do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

O relatório coloca sugere ao próximo governo priorizar o combate à Covid-19, além de reduzir as filas para cirurgias e procedimentos do SUS.

A equipe de Nísia ainda deve revogar uma série de medidas publicadas no governo Bolsonaro sobre saúde da mulher e da criança, além de textos que defendem o uso de medicamentos sem eficácia para o combate à Covid-19.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado