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Política & Poder

Em live, Bolsonaro não fala de escândalo na Caixa e ataca Lula

Em vez disso, o chefe do Executivo conduziu uma transmissão ao vivo mais curta do que o habitual nesta quinta-feira (30)

FolhaPress

30/06/2022 21h34

Foto: Banco de imagem

Em sua tradicional live das quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou assuntos controversos que surgiram na última semana em seu governo, como a saída de Pedro Guimarães da presidência da Caixa Econômica após denúncias de assédio sexual e acusações de que Bolsonaro interferiu em investigações sobre o MEC (Ministério da Educação).

Em vez disso, o chefe do Executivo conduziu uma transmissão ao vivo mais curta do que o habitual nesta quinta-feira (30): essa durou cerca de 30 minutos, enquanto, geralmente, os vídeos ao vivo dele têm aproximadamente uma hora. Nesse tempo, Bolsonaro atacou o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o chefe do Executivo, Lula é contra “abaixar o preço da gasolina”, porque o petista teria criticado a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sugerida por Bolsonaro para zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis e ressarcir diretamente os estados, em uma tentativa de reduzir o preço da gasolina, etanol, diesel e gás de cozinha.

A crise no preço dos combustíveis é um ponto de pressão no governo do presidente, tanto pela rejeição popular que tem causado quanto pelas tensões internas que têm intensificado. O momento também ocorre em ano eleitoral, no qual ele irá pleitear a reeleição.

O chefe do Executivo atribui a culpa da elevação, principalmente, à Petrobras e aos governadores estaduais. Governadores, no entanto, culpam Bolsonaro pelo aumento dos preços. Eles lembram que, no fim de 2021, congelaram o ICMS, e os preços dos combustíveis continuaram subindo mesmo assim.

Ainda na live, Bolsonaro voltou a criticar a CPI da Covid, encerrada no ano passado, e insinuou que o partido de Lula realizou negociações de bastidores com senadores da CPI para compor o dinheiro que será usado na campanha eleitoral do ex-presidente.

“O PT nem chegou ao poder e já está fazendo as maracutaias aqui. E não vai chegar tão cedo ao poder com toda a certeza”, afirmou.

ARMAMENTO

Bolsonaro também celebrou a maior facilidade para liberação de armas por resultado do seu governo e afirmou que mais de mil lojas de armamento foram abertas desde que ele assumiu a presidência do país.

O presidente disse que, “com a reeleição aí”, pretende elevar o número de CACs, sigla para Caçadores, Atiradores Esportivos e Colecionadores de armas de fogo, em 1 milhão no Brasil. Levantamentos apontam que os registros de CACs agora são dez vezes maiores do que cinco anos atrás.

ASSUNTOS EVITADOS

A live de Bolsonaro na semana passada contou com o presença do então presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Na terça-feira (28), o site Metrópoles publicou uma reportagem com relatos de cinco mulheres que acusam Guimarães de assédio sexual -todas trabalharam ou já trabalharam no banco estatal.

Os casos incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho. As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal. O TCU (Tribunal de Contas da União) também pediu a órgãos de controle a abertura de investigação.

Guimarães foi indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas durante o governo de Bolsonaro foi se afastando de Guedes e se aproximando do presidente, sendo várias vezes o convidado da live semanal de Bolsonaro -inclusive, na semana passada.

Bolsonaro também evitou falar sobre a crise no Ministério da Educação que envolve Milton Ribeiro e as investigações sobre o assunto. Essa semana, senadores da oposição protocolaram o requerimento de criação da CPI para investigar a pasta.

O argumento para isso ganhou força após as suspeitas de interferência de Bolsonaro nas investigações contra Ribeiro. Em uma ligação interceptada pela PF (Polícia Federal), o ex-ministro disse à sua filha ter sido alertado por Bolsonaro sobre um “pressentimento” de uma possível operação de busca e apreensão contra ele. Ontem, a ministra do STF, Cármen Lúcia, enviou à PGR (Procuradoria-Geral da República) o quarto pedido de investigação contra Bolsonaro por suposta interferência na operação da PF.

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