Se as eleições municipais são um laboratório de como se comportará o eleitor dois anos depois nas eleições nacionais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem neste momento motivos para comemorar.
Doria pretende disputar com o presidente Jair Bolsonaro o pleito de 2022. Sua principal possibilidade de aliança reúne seu partido, o PSDB, com o DEM dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Neste momento, quando já houve pelo menos uma pesquisa em cada uma das capitais do país, são exatamente o PSDB e o DEM os partidos que mais lideram, de acordo com os números.
Quatro capitais cada
O Jornal de Brasília fez um levantamento com cada uma das mais recentes pesquisas realizadas nas capitais do país. De acordo com os números, DEM e PSDB lideram em quatro capitais. O DEM está na frente em Curitiba, Florianólis, Rio de Janeiro e Salvador. O PSDB lidera o pleito em Natal, Palmas, Rio Branco e Porto Velho.
As capitais onde o PSDB lidera podem ser cidades menores. Mas a pesquisa demonstra uma redução da vantagem daquele que até o momento é maior trunfo do presidente Bolsonaro na eleição municipal. De acordo com o último levantamento do Ibope, o prefeito Bruno Covas está se aproximando de Celso Russomanno (Republicanos), o candidato de Bolsonaro, em São Paulo. Russomanno tem 25% das intenções de voto e Covas 22%.
Complicações para o PT
O quadro até o momento acende um sinal amarelo para o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido só aparece à frente em Vitória, com João Coser, mas, mesmo assim, empatado com Gandini, seu adversário do Cidadania, com 22%.
E vê antigos aliados da esquerda em situação melhor. O PSB lidera em capitais (Maceió, Recife e Macapá). Em Recife, inclusive, o quatro atual reflet uma situação que provocou um racha no estado. Parte do partido, liderada pelo senador Humberto Costa, queria apoiar o candidato socialista, João Campos, mantendo uma aliança já de muitos anos no estado, e outra parte forçou a candidatura de Marília Arraes (PT), que não aparece entre os líderes.
Se o PT mesmo só aparece à frente em situação de total empate em Vitória, partidos de esquerda que já foram aliados do partido de Lula lideram com mais folga em capitais maiores. O PCdoB está à frente em Porto Alegre, com Manuela D’Ávila. E o PSOL lidera em Belém com Edilson Rodrigues.
Tal situação tem levado, inclusive, a uma discussão interna no PT no sentido de rever algumas candidaturas que estão com baixa performance. Especialmente Jilmar Tatto, em São Paulo.
A última pesquisa do Ibope, divulgada no dia 15 de outubro, constatou uma aproximação entre os líderes. Comparado ao levantamento anterior, Russomanno caiu de 26% para 25% e Covas subiu de 21% para 22%. Mas a pesquisa também observou um crescimento de Guilherme Boulos, do PSOL, no terceiro lugar: ele passou de 8% para 10%. Jilmar Tatto também cresceu: passou de 1% para 4%. Mas o desempenho ainda baixo tem feito alguns, como o ex-senador Lindbergh Faria (RJ), sugerirem que Tatto renuncie para apoiar Boulos. Em troca, o senador sugere que o PSOL retire no Rio de Janeiro a candidatura de Renata Souza, que aparece no Ibope com 3%, para apoiar a petista Benedita da Silva, que está mais bem colocada, com 7%.
Conservadores
O quadro apontado até agora nas capitais, conforme as últimas pesquisas, aponta ainda para o crescimento de outras legendas conservadoras. Uma delas é o Podemos, partido que já ensaiou a possibilidade de vir a abrigar uma aventual candidatura do ex-ministro Sergio Moro à Presidência. O Podemos lidera em três capitais (São Luís, Manaus e Cuiabá).
Já o pragmático PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, apresenta como cacife a liderança também em três capitais, o que pode pesar a favor de Bolsonaro.
SITUAÇÃO NAS CAPITAIS SEGUNDO AS ÚLTIMAS PESQUISAS
Porto Alegre – Clube da Opinião 14/10
Manuela D’Ávila (PCdoB) – 19%
José Fortunatti (PTB) – 14%
Curitiba – Ibope 6/10
Rafael Grecca (DEM) – 47%
Fernando Francischini (PSL) – 6%
Florianópolis – Ibope 5/10
Gean Loureiro (DEM) – 44%
Angela Amin (PP) – 15%
São Paulo-Ibope 15/10
Celso Russomanno (Republicanos) – 25%
Bruno Covas (PSDB) – 22%
Rio de Janeiro – Ibope 15/10
Eduardo Paes (DEM) – 30%
Marcelo Crivella (Republicanos) – 12%
Belo Horizonte – Ibope 15/10
Kalil (PSD) – 59%
João Vitor Xavier (Cidadania) – 7%
Vitória – Ibope 13/10
João Coser (PT) – 22%
Gandini (Cidadania) – 22%
Aracaju – Ibope 9/10
Edvaldo (PDT) – 32%
Delegada Daniele (Cidadania) – 21%
Maceió – Paraná Pesquisas 13/10
JHC (PSB) – 26,9%
Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) – 25,9%
Salvador – Ibope 5/10
Bruno Reis (DEM) – 42%
Pastor Sargento Isidório (Avante) – 10%
Recife – Ibope 15/10
João Campos (PSB) – 33%
Mendonça Filho (DEM) – 18%
João Pessoa – Ibope 5/10
Cícero Lucena (PP) – 18%
Nilvan Ferreira do Nascimento (MDB) – 15%
Natal – Paraná Pesquisas 15/10
Álvaro Dias (PSDB) – 36,4%
Kelps Lima (Solidariedade) – 10,3%
Fortaleza – Datafolha 17/10
Capitão Wagner (PROS) – 33%
Luizianne Lins (PT) – 24%
Teresina – Ibope 16/10
Dr. Pessoa (MDB) – 34%
Kleber Montezuma
(PSDB) – 18%
São Luís – Ibope 21/9
Eduardo Braide (Podemos) – 43%
Duarte Júnior (Republicanos) – 14%
Palmas – Ibope 2/10
Cinthia Ribeiro (PSDB) – 28%
Professor Junior Geo (PROS) – 12%
Belém – Ibope 3/10
Edmilson Rodrigues (PSOL) – 39%
José Priante (MDB) – 10%
Macapá – Ibope 14/10
João Capiberibe (PSB) – 17%
Josiel (DEM) – 16%
Manaus – Ibope 14/10
Amazonino Mendes (Podemos) – 25%
David Almeida (Avante) – 13%
Boa Vista – Ibope 16/10
Arthur Henrique (MDB) – 28%
Otacci (Solidariedade) – 23%
Rio Branco – Ibope 16/10
Minoru Kinpara (PSDB) – 29%
Socorro Neri (PSB) – 26%
Porto Velho – Ibope 14/10
Hildon Chaves (PSDB) – 23%
Vinicius Miguel (Cidadania) – 12%
Cuiabá – Ibope 16/10
Abílio Junior (Podemos) – 26%
Emanuel Pinheiro (MDB) – 20%
Campo Grande – Ibope 16/10
Marquinhos Trad (PSD) – 41%
Promotor Harfouche (Avante) – 11%
Goiânia – Ibope 5/10
Vanderlan Cardoso (PSD) – 21%
Maguito Vilela (MDB) – 20%