Willian Matos
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Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmar que decidiu convidar o filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Eduardo se reuniu com o chanceler Ernesto Araújo, recebeu o apoio do ministro das Relações Exteriores e respondeu sobre qualificações para o cargo.
“É difícil falar de si próprio. Mas não sou um filho de deputado [presidente] que está do nada vindo a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores [da Câmara], tenho uma vivência pelo mundo”, declarou Eduardo, na saída do Palácio do Itamaraty.
“Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês. Vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros. Então acho que é um trabalho que pode ser desenvolvido. Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo”, concluiu.
O parlamentar afirmou ainda que a sua indicação para o posto ainda é uma possibilidade e que até este domingo (14) deve se reunir com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, para definir a questão. Eduardo disse entender que, caso seja indicado, só precisaria renunciar ao mandato depois da sabatina no Senado e da sua confirmação no Plenário da Casa.
Ele reafirmou que sua ida aos EUA colocaria a relação do país com o Brasil em “um outro patamar”, por tratar-se de um embaixador que seria filho do presidente da República. E descartou que sua nomeação possa se enquadrar nas regras que vedam o nepotismo. “Ele [Ernesto Araújo] expressou apoio ao meu nome por ocasião de possível indicação para a embaixada dos EUA. Acredito que agora falta só conversar com o presidente Jair Bolsonaro e reafirmar se é essa mesma a vontade dele, se ele mantém o que tem dito. Esta tudo na esfera da cogitação e tudo encaminhado”, concluiu.
Governo espera filho de Trump como embaixador no Brasil
O governo brasileiro considera que o presidente Donald Trump poderá designar um de seus cinco filhos, Eric, para assumir a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A avaliação é que, ao indicar um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo, para a Embaixada do Brasil nos EUA, os americanos enviariam alguém “com o mesmo perfil”, o que ajudaria a estreitar as relações entre os dois países.
Segundo um interlocutor do governo, a indicação política seria “um sinal de prestígio sem igual”, pois considera que os americanos costumam fazer esse tipo de indicação para países como Rússia, China, Reino Unido, Canadá, Israel, Polônia e Hungria. O Brasil, por sua vez, não possui tradição de fazer indicações políticas, especialmente para a Embaixada nos EUA, que é uma das mais disputadas no meio diplomático. “Além da importância de abrir portas, há o fator compreensão do momento político dos dois países”, disse uma fonte.
Também existe o entendimento de que como o Brasil não tem essa tradição de fazer esse tipo de indicação e é mais difícil para o País emplacar um nome político, “o ônus está sobre nós”, o que poderia influenciar a decisão dos americanos. Governistas também alegam que os americanos já teriam deixaram claro qual é o perfil que buscam para a troca de nomeações políticas para as embaixadas.
Depois de avisar há meses que trocaria o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, 11, a intenção de indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o posto diplomático mais importante e mais disputado não apenas no Brasil, mas em praticamente todos os países, a embaixada em Washington. Eduardo é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Com informações de Estadão Conteúdo