O dono da empresa Davati Medical Supply, o americano Herman Cardenas, não explicou de onde iria tirar 400 milhões de doses de vacina contra a covid-19 para entregar ao Brasil caso a Davati fechasse negócio com o Ministério da Saúde. A empresa é alvo da CPI da Covid, que investiga uma tentativa de negociação entre Davati e Ministério.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo (1º), Herman Cardenas disse que não poderia revelar onde a Davati arrumaria as doses. Ele disse que tratava com uma empresa “detentora de uma alocação de vacinas”, e que esta empresa é quem teria contato com a fabricante da AstraZeneca. O nome do suposto órgão não foi revelado.
“A empresa detentora de uma alocação de vacinas não nos passou o contrato que tinha com o fabricante. Então não sei como conseguiram essa alocação. Mas eles mostraram documentos e comunicações que nos convenceram de que tinham a alocação”, afirmou Cardenas.
A Davati já foi ouvida pela CPI na figura do policial militar Luiz Paulo Dominguetti e do empresário Cristiano Carvalho. Ambos se dizem representantes da empresa. Dominguetti disse aos senadores que, ao oferecer as 400 milhões de doses ao Ministério, o então diretor de Logística, Roberto Dias, pediu propina para fechar o negócio. A informação é apurada; Dias nega.
Ainda na entrevista, Cardenas disse que a Davati vai procurar “conhecer melhor os nossos parceiros antes de fazer negócios”.