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Política & Poder

“Deveria ter agido diferente”, diz G. Dias à CPMI

O ex-ministro disse que todos os esforços que estavam dentro de seu alcance naquele dia foram tomados buscando diminuir os danos

Camila Bairros

31/08/2023 11h07

Foto: Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (31), o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), prestou depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Ele foi autorizado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a permanecer em silêncio, mas fez uso de sua fala inicial, falando por cerca de 30 minutos, e optou por responder aos questionamentos.

G. Dias afirmou que seria “mais duro” na repressão dos atos ocorridos em 8 de janeiro se soubesse que eles levariam a episódios de vandalismo. Além disso, ele considerou que esses atos ocorreram a partir de uma “ineficiência” de agentes que atuavam no chamado “Plano Escudo” de proteção do Palácio do Planalto.

O ex-ministro disse que todos os esforços que estavam dentro de seu alcance naquele dia foram tomados buscando diminuir os danos, mas confessou que deveria ter agido de forma diferente.

“Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos e, também, da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis e militares de segurança pública, seria mais duro do que fui na repressão”, disse ele.

Mesmo tendo estourado o tempo dado pela presidência, de 15 minutos, G. Dias não foi interrompido, e seguiu contando o que aconteceu naquele fatídico dia 8 de janeiro. “Até acontecer, não existia a possibilidade de um evento com a magnitude do que foi. Eu estava acompanhando a situação e recebi informações divergentes de pessoas que trabalhavam comigo”, revelou ele.

G. Dias lembrou ainda que tanto a posse presidencial como os dias seguintes foram tranquilos na capital federal, com posse de ministros, Medidas Provisórias enviadas ao Congresso, e parlamentares, governadores e integrantes dos Três Poderes circulando tranquilamente, sem conflitos.

“Faria diferente embora tenha plena certeza que envidei todos os esforços e ações que estavam ao meu alcance para mitigar danos. O mais importante: preservar vidas de cidadãos brasileiros sem derramamento de uma gota de sangue”, completou o ex-ministro, que disse ter cobrado do general Carlos José Penteado, que era o secretário-executivo da pasta, sobre o motivo de os bloqueios não terem sido montados.

Em abril deste ano, G. Dias pediu para sair do Gabinete de Segurança Institucional em razão da “divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do Planalto durante a invasão do prédio” no dia 8 de janeiro.

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